DGPC avança com a classificação da Fábrica do Inglês como Monumento de Interesse Público

Prazo de pronúncia dos interessados decorre até 25 de Março

O projeto de decisão relativo à classificação como monumento de interesse público (MIP) da Fábrica do Inglês, incluindo os jardins e o património móvel integrado, nomeadamente o do Museu de Cortiça, em Silves, foi hoje publicado em Diário da República.

O despacho do diretor-geral do Património Cultural salienta que, «com fundamento em proposta da Secção do Património Arquitetónico e Arqueológico do Conselho Nacional de Cultura de 13 de outubro» passado, que mereceu a sua concordância, é agora «intenção da Direção-Geral do Património Cultural propor» à secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural a classificação como monumento de interesse público da Fábrica do Inglês.

O mesmo documento indica que os elementos relevantes do processo (fundamentação, despacho e planta com a delimitação dos imóveis da respetiva zona geral de proteção) estão disponíveis nas páginas eletrónicas da Direção-Geral do Património Cultural e da Direção Regional de Cultura do Algarve.

O processo administrativo original está também disponível para consulta (mediante marcação prévia) na sede da Direção Regional de Cultura do Algarve (DRCultAlg), situada na Rua Professor António Pinheiro e Rosa, n.º 1, 8000-546 Faro.

Há agora uma fase de consulta pública, que terá a duração de 30 dias úteis, até 25 de Março. As observações dos interessados deverão ser apresentadas junto da DRCultAalg, que depois terá de se pronunciar num prazo de 15 dias úteis.

 

Estado de abandono e vandalização da Fábrica do Inglês, em Silves (foto de 2016)

A unidade industrial conhecida por Fábrica do Inglês foi construída pela sociedade constituída pela empresa Avern, Sons & Barris e por um empresário corticeiro de Silves, Nunes Mascarenhas, em 1893.

Gregório Mascarenhas fora presidente da Câmara Municipal de Silves e diversas iniciativas culturais e edifícios públicos da cidade tiveram o seu patrocínio pessoal.

A partir de 1938, quando um terço da fábrica foi vendido à sociedade londrina Henry Bucknall & Sons, o imóvel teve diversos proprietários, portugueses e ingleses.

De 1962 até 1995, quando a unidade deixou de laborar, pertenceu a José Alexandre Estrelo e sua irmão Ana Cristina Estrelo, filhos de um empregado da corticeira.

Em 1998, a Sociedade Fábrica do Inglês, S. A. adquire a propriedade e o seu recheio, e aí instala um parque temático e museu.

O conjunto da fábrica ocupa um quarteirão junto da Avenida Marginal de Silves. Os antigos edifícios fabris, térreos, desenvolvem-se em torno de um pátio central, onde existe um jardim e um pequeno chalet com planta em cruz.

As fachadas exteriores são cegas na quase totalidade da sua extensão, e rasgadas a oeste por três portões de ferro. As obras de reabilitação do conjunto, que decorreram entre 1998 e 1999, permitiram a instalação do Museu da Cortiça, que em 2001 foi premiado pelo Fórum Museológico Europeu com o Prémio Micheletti para o Melhor Museu Industrial da Europa.

O Museu da Cortiça está fechado desde 2009, mais ou menos na mesma altura em que encerrou o complexo da Fábrica do Inglês, que pertencia ao Grupo Alicoop/Alisuper, entretanto falido.

A Fábrica do Inglês foi comprada em Maio de 2014, em hasta pública, pela Caixa Geral de Depósitos, maior credora da empresa Fábrica do Inglês Gestão de Empresas Imobiliárias e Turísticas SA, no âmbito de cuja insolvência decorreu o leilão.

 

 



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