A situação de seca meteorológica agravou-se na primeira quinzena de Fevereiro, pelo que a totalidade do território algarvio e quase todo Baixo Alentejo estão agora em situação de seca extrema, de acordo com dados disponibilizados, esta segunda-feira, 21 de Fevereiro, pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Segundo o IPMA, que passou a divulgar boletins quinzenais de acompanhamento da seca meteorológica, 91% do território nacional estava nas classes de seca severa e extrema, a 15 de Fevereiro.
No caso do Algarve e do Baixo Alentejo, a situação agravou-se nos últimos 15 dias, sendo que todo o território algarvio passou a estar no nível mais elevado de seca.
No Baixo Alentejo, também houve um agravamento da área afetada.
A contribuir para esta situação esteve o facto de os valores de temperatura máxima do terem sido «quase sempre» superiores ao valor normal mensal e também o valor médio da quantidade de precipitação que, até o fim da primeira quinzena de Fevereiro, foi inferior ao valor normal mensal 1971-2000, correspondendo a apenas 7%.
No caso específico do Algarve, o valor de precipitação foi de 3,4% do valor normal, enquanto, no distrito de Beja, este valor se cifrou nos 3,7%.
O IPMA destaca também o facto de os valores de percentagem de água no solo serem inferiores ao normal em todo o território, com «valores inferiores a 20% na região Nordeste e na região Sul, com muitos locais a atingirem o ponto de emurchecimento permanente».
O Baixo Alentejo e o interior do Algarve são áreas particularmente afetadas por esta falta de água no solo.
O boletim indica que o grau de severidade da seca meteorológica a 15 de Fevereiro era é superior ao que se verificava em 2018 e em 2005, dois anos também considerados secos, «com uma percentagem superior nas classes de seca severa e extrema e que corresponde a cerca de 91 % do território».
A situação não é boa e, segundo o IPMA, não é expectável que melhore a médio prazo. Segundo a previsão mensal do Centro Europeu de Previsão do Tempo a Médio Prazo (ECMWF), «até ao final de Fevereiro não se prevê a ocorrência de precipitação significativa em todo o território. Em relação à temperatura do ar, a tendência será para valores superiores ao normal para todo o território, em especial para a região interior Centro e Sul».
Por tudo isto, «numa antevisão da situação meteorológica e de acordo com as previsões meteorológicas será muito provável a continuação da situação de seca meteorológica no final de fevereiro, com quase todo o território nas classes mais gravosas do índice PDSI», conclui o IPMA.
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