Reabertura de bares e discotecas só no dia 14 «não é tão penosa» para o Algarve

Governo decidiu passar a reabertura da diversão noturna de 10 para 14 de Janeiro

O presidente da Associação de Discotecas do Sul e Algarve (ADSA) considerou que o adiamento da reabertura da diversão noturna de 10 para 14 de Janeiro, anunciada ontem pelo Governo, continua a ser «penalizante» para os negócios.

Questionado pela agência Lusa sobre a decisão do Governo de passar a reabertura dos bares e discotecas para dia 14, anunciada ontem pelo primeiro-ministro, António Costa, no final da reunião do Conselho de Ministros, o presidente da ADSA, Liberto Mealha, admitiu que estas medidas podem ser necessárias, em função do agravamento dos números de casos positivos por Covid-19, mas advertiu que os empresários continuam a ter despesas e é necessários apoiá-los.

«Eu sei que nunca houve tanto contágio como agora e, na verdade, isso é um bocado alarmante e as autoridades preocupam-se em conter a propagação, embora estas infeções, felizmente, não estejam a levar a mais internamentos. Mas estas medidas, na verdade, continuam a ser penalizantes para quem tem os negócios», afirmou Liberto Mealha.

O presidente da ADSA lembrou que esta medida, «para o Algarve, não é tão penosa», porque nesta fase do ano os negócios «já estariam naturalmente fechados» por ser época baixa do turismo na região, mas sublinhou que «é mais complicado para os colegas do resto do país», que continuam a ter despesas correntes e com equipas de trabalho.

«O tempo vai passando, as despesas mantêm-se, não é que discorde das medidas tomadas, porque que nunca tivemos números com tantos infetados, mas é preciso que venham os apoios», apelou.

Liberto Mealha pediu ao Governo que «não deixe isso esquecido», porque os apoios são necessários «para poder suportar e aguentar todas estas medidas, que não são desajeitadas, mas por outro lado afetam imenso os empresários».

«Como sempre, os bares e discotecas são sempre os últimos e a situação é complicada», acrescentou.

Questionado sobre a apresentação de testes negativo à Covid-19 para permitir o acesso aos espaços de diversão noturna, Liberto Mealha considerou que, «se for admitido um teste rápido, que não precise de certificação, já vem simplificar muito as coisas».

O presidente da ADSA argumentou que, caso seja necessária, a «certificação só pode ser feita por um laboratório» e isso torna o processo mais caro para o cliente.

«Se for teste rápido, sem certificação, do mal o menos», disse.

Sobre a isenção de testes para quem comprovar ter tido uma dose de reforço de vacinação à covid-19 há, pelo menos, 14 dias, Liberto Mealha admitiu que a idade alvo da vacinação de reforço está ainda acima da que habitualmente frequenta as discotecas, embora a medida seja positiva para essas pessoas.

As discotecas e os bares do território continental vão poder reabrir no dia 14 de Janeiro, mantendo-se a exigência de um teste à Covid-19 negativo para acesso a estes espaços, anunciou ontem António Costa.

O primeiro-ministro referiu que a reabertura na sexta-feira da próxima semana é acompanhada da «proibição de consumo de bebidas alcoólicas na via pública».

No âmbito da contenção da pandemia de Covid-19, com maiores restrições no período do Natal e da passagem do ano, os espaços de diversão noturna (bares, estabelecimentos de bebidas sem espetáculo e estabelecimentos com espaço de dança) permanecem fechados desde as 00h00 do dia 25 de Dezembro e previa-se que a medida durasse até 9 de Janeiro, mas agora só será levantada no dia 14.

Fonte oficial do Ministério da Economia disse à Lusa que o reforço dos apoios aos empresários dos bares e discotecas aprovados em Dezembro começaram ontem a ser pagos e que, desde o início da pandemia, já foram desbloqueados para este setor 53 milhões de euros, no âmbito do programa Apoiar.

A mesma fonte sublinhou que o novo apoio extraordinário, decidido em 23 de Dezembro por causa do encerramento dos bares e discotecas entre 25 de Dezembro e 9 de Janeiro (que agora se alargará até dia 14) teve como referência a faturação de um trimestre, o último de 2019, antes da pandemia, atendendo a que além de terem de fechar, nas semanas anteriores era preciso testes para entrar nestes espaços, o que criou condicionamentos.

Por fim, o Ministério da Economia sublinhou que sempre que há o encerramento de uma atividade por causa da pandemia, os empresários têm acesso aos apoios para a «manutenção de emprego», como o lay-off simplificado, durante todo o período de fecho, pelo que neste caso este apoio se estenderá automaticamente até 14 de Janeiro.

 



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