MAPS prepara-se para abrir portas do Centro de Alojamento de Emergência do Algarve

MAPS quer começar a alojar pessoas no Centro de Alojamento de Emergência Social do Algarve em Março

Foto: Rúben Bento | Sul Informação

O Centro de Alojamento de Emergência Social (CAES) do Algarve, da responsabilidade do MAPS e que vai surgir em Faro, está «a concluir algumas das obras» depois de ter «sofrido complicações e atrasos devido à pandemia». Apesar disso, prevê-se que possa abrir portas em Fevereiro e começar a alojar as primeiras pessoas no início de Março.

Depois de cedidos os dois edifícios devolutos da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, no Patacão, e de assinado um protocolo de cooperação entre o Município de Faro e o MAPS – Movimento de Apoio à Problemática da Sida, instituição que se dedica sobretudo a apoiar pessoas em situação de exclusão ou de sem abrigo, começaram as obras de requalificação dos espaços.

«Tínhamos a ideia que, até ao final de 2020, conseguíamos abrir o CAES. Este era o nosso objetivo, mas tivemos diversas surpresas ao longo de todo este caminho», conta Fábio Simão, presidente do MAPS, ao Sul Informação.

Com a pandemia a inflacionar os preços e a dificultar a entrega dos materiais, e com alguns dos trabalhadores a contraírem Covid-19, a obra foi ficando atrasada.

«Estivemos vários meses à espera de equipamentos, de peças que esgotaram por todo o lado e andámos na luta até as conseguir encontrar. Foram muitas coisinhas que tiveram um grande impacto nos resultados. Passava uma semana, duas, três, até que chegou uma altura em que tive de mandar parar a obra».

«Foram aqui vários percalços, mas estamos agora a tentar que corra tudo bem nesta reta final», diz o presidente do MAPS.

 

Fábio Simão, presidente do MAPS – Foto: Rúben Bento | Sul Informação

 

Agora, depois dos vários atrasos, «vamos tentar terminar as obras até ao final de Fevereiro», sendo que «o que era mais difícil, aquilo que tinha que ver com o primeiro edifício, que era mais antigo, desde a alteração da eletricidade, a canalização, a construção de raiz das casas de banho, já está resolvido. Neste momento, estamos a concluir os últimos retoques para o darmos como concluído».

A faltar ficam as obras no segundo edifício, no qual «as prioridades serão a cozinha e a lavandaria, dois pontos essenciais do CAES». O resto das intervenções serão «muito simples, prendendo-se, por exemplo, com a alteração de luzes e candeeiros, coisas que acreditamos que sejam rápidas», explica Fábio Simão.

A esperança do MAPS é que o CAES consiga entrar em pleno funcionamento em Março, «mas essas coisas não dependem só de nós».

«Vai depender da assinatura de um protocolo com a Segurança Social e também do recrutamento da equipa. Infelizmente, não é assim de um dia para o outro. É uma equipa grande, que terá de ser escolhida e formada, mas esperamos que, no primeiro trimestre deste ano, esteja já a 100%», sublinha o presidente do MAPS.

 

Foto: Rúben Bento | Sul Informação

 

O CAES do Algarve terá capacidade para acolher cerca de 50 pessoas, mas, inicialmente, «iremos criar uma resposta para 25 pessoas».

Serão acolhidos todos os algarvios que necessitem deste apoio, desde o Sotavento ao Barlavento, sendo criadas 20 camas de alojamento temporário, de três meses, no âmbito de um protocolo com a Segurança Social, e cinco de alojamento de emergência, cedidas à Câmara de Faro, mas cujo número não é fixo, para aquelas situações de 48 e 72 horas.

Estas camas vão destinar-se a qualquer pessoa, de qualquer família que se veja numa situação desprotegida. «Imagine que a sua casa sofre um incêndio, você fica desalojado, não tem sítio para ir durante dois ou três dias, ou durante dois ou três meses. Enquanto não conseguir arranjar casa e orientar-se, poderá ficar no CAES».

Desde o início do projeto que o MAPS lançou o repto para a angariação de fundos, de materiais e de equipamentos para serem instalados nos espaços do CAES, tendo sido feitas várias contribuições por empresas algarvias.

«Tivemos várias doações e apoios de tintas, azulejos, tanto para paredes como para chão, material elétrico, bem como de equipamento para a cozinha e de móveis que irão ser restaurados para embelezar o nosso CAES».

Quanto ao futuro do Centro de Alojamento de Emergência Social do Algarve, Fabio Simão adianta que há informações que ainda não podem ser divulgadas. «Estamos a tentar fazer algo mais do que um simples CAES, mas, neste momento, ainda estamos a trabalhar com a Segurança Social, num desafio para pensar em algo maior».

«Como ainda não temos nada aprovado, não posso dizer mais nada…», conclui o presidente do MAPS.

 

Fotos: Rúben Bento | Sul Informação

 

 



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