MAPS cria alojamento para pessoas LGBTQI+ em situação de sem abrigo no Algarve

Protocolo para o projeto Porta Xis1 já foi assinado pela diretora do Centro Distrital de Faro da Segurança Social

O MAPS prepara-se para criar uma solução de alojamento para pessoas LGBTQI+ em situação de sem abrigo no Algarve, semelhante aos apartamentos partilhados que já existem na região.

Com os apoios anunciados pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, «surgiu a oportunidade de serem criadas respostas específicas para pessoas LGBTIQ+ em situação de sem abrigo» e, daí, «tivemos a ideia do projeto Porta Xis1», conta Fábio Simão, presidente do MAPS, ao Sul Informação.

Este projeto surge de uma parceria do MAPS – Movimento de Apoio à Problemática da Sida, entidade que se dedica a muitas outras áreas para além da indicada no seu nome, com a Associação Xis – Grupo para a Promoção e Proteção LGBTI, «com a qual o temos uma grande intimidade», e ainda com o Município de Faro.

O protocolo foi assinado «muito recentemente» com Margarida Flores, diretora do Centro Distrital de Faro da Segurança Social, sendo esta «uma resposta mais dedicada a pessoas LGBTQI+ que necessitem, numa espécie de discriminação positiva, de forma a tentarmos salvaguardá-las e dar-lhes a devida atenção».

A trabalhar no Algarve há cerca de 30 anos, o MAPS tem feito «um pouco de tudo o que é necessário para tentar melhorar a vida das pessoas», na tentativa de ter «uma sociedade mais inclusiva e justa». Para isso, têm sido desenvolvidas «várias respostas para os muitos problemas dos algarvios», realça Fábio Simão.

Olhando para os problemas dos jovens ligados às questões de identidade de género, de sexualidade e de LGBTQI+, o MAPS decidiu aceitar o desafio e, a par do projeto Porta Xis1, está a trabalhar em outras iniciativas nestas áreas.

«Participamos na Marcha do Orgulho LGBTI+ do Algarve, que decorre em Faro, fazemos ações de sensibilização nas escolas sobre a sexualidade e tentamos sempre dar o nosso contributo», explica o presidente do MAPS.

 

Fábio Simão, presidente do MAPS – Foto: Rúben Bento | Sul Informação

 

No fundo, o objetivo do MAPS é tentar tornar a sociedade mais igualitária, perfeita e justa, independentemente de qualquer circunstância ou característica. «Vemos todas as oportunidades que temos e, quando sentimos que há falta de atuar numa determinada área, ou que podemos fazer alguma coisa, aceitamos o desafio e vamos atrás dele».

«Temos a noção de que o MAPS tem um grande reconhecimento e sentimos que, com ele, vem uma grande responsabilidade. Nós somos responsáveis por fazer mais e melhor. Levamos isto muito a sério e, sempre que existe um desafio ou uma ideia, nós vamos», exclama Fábio Simão.

«Infelizmente, temos tantos projetos que, às vezes, é difícil conseguir dar 100% em tudo, mas não deixamos de dar o nosso contributo, de participar. Acreditamos que todas as ideias são válidas e trabalhamos muito em parceria».

Para o presidente do MAPS, a sua associação é uma espécie de «manta de retalhos», na qual «não tiramos peças, mas vamos cosendo ainda mais».

«Todas estas áreas compõem a manta que somos e, sempre que nos é possível ou que percebemos que precisamos de mais um retalhozinho, a gente vai lá e costura, não descurando todos os outros projetos que temos. Criamos coisas novas, mas não perdemos de vista aquilo que já fazemos», conclui Fábio Simão.

Entre os muitos projetos a que se dedica, o MAPS prepara-se também para abrir as portas do Centro de Alojamento de Emergência Social (CAES) do Algarve, que vai surgir em Faro, e continua a ajudar pessoas em situação de sem abrigo no Algarve com o Projeto LEGOS.

 

 



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