Legislativas2022: Saiba como se comportaram os partidos em cada concelho do Algarve

Análise dos resultados partido a partido, concelho a concelho

O Partido Socialista, que venceu, a nível nacional, as Eleições Legislativas deste domingo, 30 de Janeiro, foi também o vencedor no Algarve, onde obteve 39,87% dos votos. Foi, ainda assim, um resultado abaixo da percentagem nacional, de 41,68% para o PS (ainda sem contar com os dados dos círculos da emigração).

O PS elegeu cinco deputados no Algarve e 117 em todo o país, obtendo maioria absoluta.

Analisando os resultados finais no círculo eleitoral do distrito de Faro, constata-se que o concelho onde os socialistas conseguiram a maior fatia em termos percentuais foi Monchique (48,85%), seguindo-se Alcoutim (46,92%) e Vila Real de Santo António (46,76%), a curta distância um do outro.

Embora, como se verá em relação a outras forças políticas, não se possa dizer que há uma relação direta entre ambas as eleições, trata-se de três municípios onde, nas Autárquicas de Setembro passado, o PS venceu, em dois deles roubando as Câmaras ao PSD (Monchique e VRSA).

A pior prestação do Partido Socialista aconteceu em Albufeira, onde obteve 35,10% dos votos, seguindo-se Portimão (37,27%) e Loulé (38,19%). Estes dois últimos concelhos costuma ser bastiões socialistas no Algarve, sendo que Loulé é mesmo a terra de origem de Jamila Madeira, cabeça-de-lista do PS.

O PSD de Rui Rio, tal como aconteceu a nível nacional, foi o segundo partido mais votado pelos algarvios, tendo obtido 24, 35% dos sufrágios. Elegeu 3 deputados no Algarve e 71 a nível nacional.

Alcoutim foi o concelho onde os social-democratas conseguiram a sua maior percentagem na nossa região: 32,09%. Seguiram-se São Brás de Alportel (27,73%) e Loulé (27,71%).

Em sentido inverso, o PSD alcançou a sua votação mais baixa em Vila Real de Santo António (curiosamente, a terra de Luís Gomes, o cabeça de lista laranja), com menos de 20% dos votos (18,61%). Seguem-se Olhão (20,64%) e Silves (21,15%).

E o segundo grande vencedor da noite eleitoral, o CHEGA, conseguiu ser não só o terceiro partido mais votado em todo o Algarve (12,30%), como obter essa mesma posição em todos os municípios algarvios. Elegeu um deputado no Algarve e 12 a nível nacional.

A votação do partido de extrema-direita foi mais expressiva em Albufeira (15,21%), seguida de perto por Lagoa (15,12%) e Portimão (14,20%).

Parecendo mostrar que, ao contrário do que de início alguns comentadores pretendiam, o CH não é um fenómeno dos meios mais rurais, os municípios algarvios onde foi mais baixa a sua votação foram Monchique (5,85%), Alcoutim (6,95%) e Vila do Bispo (8,26%).

A nível regional, a quarta força política mais votada foi o Bloco de Esquerda, que obteve 5,76% dos sufrágios, mas perdeu o deputado que tinha pelo Algarve. A nível nacional, desceu para 5 deputados. A votação mais expressiva do BE deu-se em Vila do Bispo (7,12%) e a mais baixa em Alcoutim (2,15%).

O Bloco foi o 4º partido mais votado nos concelhos de Aljezur, Castro Marim, Faro, Lagoa, Lagos, São Brás de Alportel, Olhão, Portimão, Tavira e Vila do Bispo. Foi 5º, depois da CDU, em Alcoutim, Monchique, Silves e VRSA, e obteve a mesma posição, mas depois da Iniciativa Liberal, em Albufeira e Loulé.

A CDU (PCP+PEV) foi, em termos regionais, a 5ª força mais votada. Mais uma vez, não elegeu qualquer deputado pelo Algarve e, a nível nacional, desceu para 6. Houve municípios onde foi a 4ª mais votada: Alcoutim, Monchique, Silves e VRSA. Mas, mesmo em Silves, onde a Câmara Municipal é presidida pela comunista Rosa Palma, a Coligação não conseguiu suplantar o CH.

Noutros concelhos – Faro, Lagoa, Loulé, Portimão e São Brás de Alportel – a CDU foi 6ª, ficando atrás de CHE, BE e Iniciativa Liberal. Nos restantes – Aljezur, Castro Marim, Lagos, Olhão e Tavira – foi a 5ª.

O sexto partido nas preferências dos algarvios foi a Iniciativa Liberal, que obteve 4,64% dos votos. A maior percentagem foi conseguida em Albufeira (5,37%), onde até foi a 4ª mais votada. Em sentido contrário, quem menos gostou da IL foram os alcoutenejos, que lhe deram apenas 1,36% dos sufrágios. A IL elegeu 8 deputados a nível nacional, tornando-se na 4ª força política do país.

O PAN Pessoas Animais Natureza alcançou 2,16% dos votos algarvios, tendo conseguido em Lagos a maior percentagem de sufrágios (2,73%) e em Alcoutim a menor (0,36%). Elegeu apenas 1 deputada em todo o país.

O LIVRE garantiu 1.08% dos votos dos eleitores do Algarve, e, tal como o PAN, foi em Lagos que teve mais votos (1,37%) e em Alcoutim que teve menos (0,43%). Elegeu 1 deputado.

Finalmente, o CDS/PP foi a 9ª força mais votada entre os eleitores da região algarvia, com a mesma percentagem do Livre, mas menos votos. Monchique foi o concelho onde os centristas conseguiram a sua mais elevada votação (1,43%), enquanto a mais baixa aconteceu em Vila do Bispo (0,55%). Nem em Portimão, terra de José Pedro Caçorino, cabeça-de-lista dos centristas, o partido conseguiu um resultado de monta ((1,37%).

A nível nacional, e desde a fundação do partido e do atual regime democrático, estas foram as primeiras eleições em que o CDS não conseguiu eleger qualquer deputado, desaparecendo do mapa parlamentar.

 


Resultados do Algarve:
PS – 39,87% (77.740 votos)
PPD/PSD – 24,35% (47.471 votos)
CHEGA – 12,30% (23.988 votos)
Bloco de Esquerda – 5,76% (11.226 votos)
CDU – 4,81% (9.379 votos)
Iniciativa Liberal – 4,64% (9.042 votos)
PAN – 2,16% (4.213 votos)
Livre – 1,08% (2.111 votos)
CDS-PP – 1,08% (2.109 votos)
ADN – 0,59% (1.152 votos)
R.I.R – 0,39% (759 votos)
MPT – 0,20% (383 votos)
MAS – 0,15% (286 votos)
PTP – 0,13% (250 votos)
Ergue-te – 0,11% (220 votos)
Volt – 0,11% (210 votos)
Em Branco – 1,33% (2.599 votos)
Nulos – 0,94% (1.829 votos)
Votantes – 51,26% (194.967 eleitores)
Abstenção – 48,74 %

 

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