Três bustos romanos descobertos na “villa” de Milreu já são Tesouro Nacional

Este é o segundo tesouro nacional do Museu de Faro e o terceiro do Algarve

Os bustos imperiais de Agrippina Minor, Adriano e Galieno, descobertos em 1966 durante escavações arqueológicas na villa romana de Milreu (Estoi), foram reconhecidos como «Tesouro Nacional» na reunião desta quinta-feira, 9 de Dezembro, do Conselho de Ministros.

Os três bustos, encontrados junto ao peristilo grande da casa romana daquele sítio arqueológico do concelho de Faro, foram classificados como «conjunto de interesse nacional, com a designação de “tesouro nacional”», segundo o comunicado do Conselho de Ministros.

Dois desses bustos – os de Agrippina Minor e Adriano – estão no Museu de Faro, onde podem ser apreciados, enquanto o terceiro, de Galieno, faz parte do espólio do Museu de Lagos. Depois de décadas em exposição, logo à entrada do espaço, este busto está agora longe dos olhares do público até à abertura do novo núcleo de arqueologia daquela estrutura museológica.

Marco Lopes, diretor do Museu Municipal de Faro, em declarações ao Sul Informação, manifestou a sua alegria pela classificação dos três bustos, que considerou como «exemplares absolutamente extraordinários», «do melhor da estatuária romana em Portugal».

Aquele responsável acrescentou que, de início, o Museu de Faro apenas apresentou a candidatura dos dois bustos imperiais que fazem parte do seu espólio, tendo sido os próprios serviços técnicos da Direção-Geral do Património Cultural que aconselharam que se incluísse também o busto do Museu de Lagos.

O procedimento de classificação das três peças iniciou-se em Novembro do ano passado, sendo que o período de audiência de interessados decorreu entre Julho e Agosto.

 

Depois do Deus Oceano e dos bustos, vêm aí os cartazes de cinema – Com mais esta classificação, os bustos imperiais são o segundo tesouro nacional do Museu de Faro, depois da classificação com esse estatuto, em 2018, do mosaico romano do Deus Oceano. 

Mas não se ficará por aqui: a coleção de 33 cartazes de cinema, da era de ouro das produções francesas, recolhidos pelo artista farense Joaquim António Viegas, está também em vias de ser classificada. «Já formalizámos a candidatura», revelou Marco Lopes ao nosso jornal.

O parecer da Cinemateca Nacional, fundamental para garantir o estatuto de “tesouro nacional” a esta coleção, foi, segundo o diretor do Museu de Faro, «perentório» quanto à enorme importância destes cartazes. «Em alguns casos, já não existem os filmes, apenas estes cartazes para provar que eles existiram».

 

 

 



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