RIAS lança livro “Hospital da Bicharada” cuja venda vai ajudar o seu trabalho

Apresentação do livro teve lugar esta quinta-feira, dia 16 de Dezembro, na Biblioteca Municipal de Tavira

Foto: Ruben Bento | Sul Informação

A história de «uma águia-cobreira que passou pelo processo de recuperação até ser libertada» é verdadeira e aconteceu no Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens (RIAS), que se situa na Quinta de Marim (Olhão). Agora é tambem contada no livro “Hospital da Bicharada”, cujos lucros de venda «vão servir para ajudar o centro».

A obra foi apresentada na tarde desta quinta-feira, 16 de Dezembro, no auditório da Biblioteca Municipal de Tavira, com a autora Berta Rodrigues, a ilustradora Rosa Rufino e a coordenadora do RIAS Fábia Azevedo.

A sessão ficou também marcada pela presença dos colaboradores do Centro de Recuperação.

Numa publicação infanto-juvenil bilingue, em português e inglês, o livro “Hospital da Bicharada” conta uma história inspirada num caso real ocorrido no RIAS, sobre o resgate e a chegada de uma águia-cobreira ao Centro, bem como do processo de recuperação por que passou, até ser libertada.

A história revela «algumas dicas sobre a maneira como se deve tratar os animais que se encontram feridos e sobre as muitas situações que os levam a ficar nessa situação», bem como dá a conhecer aos leitores, sejam eles miúdos ou graúdos, «a forma como o RIAS trabalha e recupera os animais que são resgatados», revelou Berta Rodrigues, autora da obra, ao Sul Informação.

Desde logo, a autora aceitou o convite de Fábia Azevedo para escrever este livro, «não só pelo gosto em contar histórias», mas também «pela causa que o livro apoia». O maior desafio pelo qual Berta Rodrigues confessa ter passado foi «a dificuldade em escrever sobre os animais que o RIAS trata e recupera e que eu desconhecia. Tive de recorrer por diversas vezes à Fábia para que ela me ajudasse».

Já as ilustrações do “Hospital da Bicharada” ficaram a cargo de Rosa Rufino, a convite de Berta Rodrigues. O desafio era o de «apenas fazer uma ilustração por capítulo», mas, «dada a natureza do livro e do público para o qual foi escrito, decidi fazer uma ilustração maior, com vários apontamentos ao longo da obra», explica a ilustradora.

«Estas ilustrações foram exigentes, na medida em que foi necessário manter o equilíbrio entre o cientificamente correto, aquilo que define cada animal, e, ao mesmo tempo, deixar o desenho leve o suficiente para ser lúdico e divertido, aquilo que pede um livro infanto-juvenil».

Com o custo de 12 euros, o livro estará à venda no site do RIAS, revertendo os lucros para o tratamento dos animais em recuperação no Centro.

 

Foto: Ruben Bento | Sul Informação

 

A venda destes livros «apoiará bastante o nosso trabalho» pois, apesar de ser gerido pela “Aldeia”, uma associação sem fins lucrativos, e de contar também com o apoio financeiro da ANA Aeroportos e do Fundo Ambiental, «esses financiamentos nunca são suficientes para a gestão do RIAS», contou Fábia Azevedo, ao Sul Informação.

Então «dependemos de donativos, das campanhas de apadrinhamento de animais e tentamos ser bastante criativos na forma de angariação de fundos. Este livro é um dos resultados dessa criatividade».

A pandemia de Covid-19 veio aumentar o trabalho que o Centro tinha até então, «pois as pessoas começaram a estar em casa, a olhar pela janela, a encontrarem animais feridos nos seus quintais, nos passeios ao final do dia, nas praias» e, por isso, «o nosso trabalho continuou, sem nunca abrandar». Mas, financeiramente, «foi tudo um pouco mais complicado». «Vimos reduzida uma parte significativa do nosso orçamento», revelou Fábia Azevedo.

Todas as atividades que o RIAS tinha planeadas foram canceladas, entre elas as ações de educação ambiental nas escolas, resultantes de protocolos com os municípios, e as de libertação de animais, nas quais conseguiam donativos, o que «resultou num rombo financeiro brutal no nosso orçamento, durante a pandemia».

Até mesmo o apoio anual doado pela ANA Aeroportos ao RIAS «foi reduzido para metade», mas Fábia Azevedo espera que, no futuro, «volte aos valores pré-pandemia» e que «a empresa continue a apoiar o Centro, como o faz desde 2009».

O futuro do RIAS continua assim muito dependente dos donativos, de particulares ou de empresas, que são «essenciais para o Centro», mas agora também das receitas da venda do livro “Hospital da Bicharada”, que irão servir, essencialmente, para «coisas básicas como alimentação, medicação e para tratarmos os animais que recebemos e resgatamos», concluiu Fábia Azevedo.

 

Fotos: Ruben Bento | Sul Informação

 

 

 



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