Quer saber quais os «Insetos atrás do almoço de Natal»?

Novo projeto promete juntar chefes de cozinha, produtores agrícolas e investigadores para conversar sobre os insetos e as redes ecológicas que estão por detrás das receitas tradicionais portuguesas

O Tagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal e o Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais estão a promover um novo projeto, denominado «Insetos Atrás do Prato», que pretende desvendar quais os insetos e redes ecológicas envolvidas na produção de alimentos utilizados na gastronomia portuguesa.

Uma das atividades previstas é a realização dos webinars «Insetos Atrás do Almoço de Domingo», uma conversa entre um chef de cozinha, um agricultor, um botânico e um entomólogo, que tem como pretexto um menu de uma festa tradicional previamente votado pelo público.

Nesta quadra, o primeiro webinar não poderia deixar de ser sobre os «Insetos Atrás do Almoço de Natal». Irá realizar-se online, já no próximo sábado, dia 18 de dezembro, pelas 17h00, contando com os seguintes convidados: o chef executivo António Alexandre, do Lisbon Marriott Hotel, o produtor Jorge Cancela, The Landscape Farm, o botânico Ivo Meco, da Sociedade Portuguesa de Botânica, e ainda o agrónomo e entomólogo António Mexia, do Instituto Superior de Agronomia, que que vão desvendar o que está por detrás de uma ementa escolhida pelo público. A sessão será moderada por Leonor Rodrigues, do Centre for Ecology, Evolution and Environmental Changes – ce3c.

As inscrições para o webinar e as votações para a ementa de Natal encontram-se no seguinte link.

As duas entidades promotoras, Tagis e ce3c, explicam que, ao longo dos próximos meses, o projeto “Insetos Atrás do Prato” vai divulgar a importância dos insetos e da conservação da biodiversidade na nossa cadeia alimentar, assim como a ligação entre uma alimentação saudável e ambientalmente sustentável, através de uma série de webinars, vídeos, atividades nas escolas e até um livro de receitas.

«Nos últimos anos, tem-se verificado um aumento do interesse geral da sociedade no modo de produção dos nossos alimentos, com a valorização de produtos locais, saudáveis e sustentáveis. Mas como são produzidos os ingredientes que utilizamos? Quais as redes ecológicas que suportam a existência de comida no prato? Qual a diversidade de insetos implicados na sua produção?», interrogam.

Apesar de passarem muito despercebidos, os insetos são o grupo com maior número de espécies conhecidas no mundo e estão presentes em todas as redes ecológicas terrestres que garantem a produção de alimentos. São não só responsáveis pela polinização de grande parte dos produtos hortícolas e frutícolas, como estão implicados nos mais diversos serviços de regulação ambiental, permitindo a criação de solo, decomposição da matéria orgânica, circulação de nutrientes ou controlo de pragas (fonte).

Este projeto, desenvolvido pelo Tagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal, em parceria com a Caravana AgroEcológica e o cE3c – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais, e financiado pelo Fundo Ambiental, vem esclarecer a ligação que existe entre a biodiversidade, a proteção da natureza, a produção alimentar e a alimentação saudável.

Além dos três webinars previstos, com o lançamento da segunda temporada da série participativa de divulgação científica “vlog Insetos em Rede” poderá assistir-se a cinco episódios sobre o modo de produção e os insetos por detrás dos ingredientes usados em receitas tradicionais portuguesas.

O projeto vai também chegar às escolas primárias com a ação “Insetos atrás de sopas e saladas nas escolas”, fazendo uma visita ao refeitório para dar a palavra às(aos) cozinheiras(os) sobre a confeção das sopas e saladas, e uma visita ao exterior para observar e destacar o papel dos insetos na produção dos vegetais utilizados.

Por fim, em 2022, sairá a edição digital do livro original de receitas “Insetos atrás da Gastronomia Portuguesa”, com foco nos mecanismos ecológicos por detrás dos ingredientes utilizados, abordando as áreas da entomologia, agroecologia, agronomia e conservação da natureza.

Poderá seguir este projeto nas redes sociais do Tagis: YouTube, Facebook, Instagram e Twitter

 

 



Comentários

pub