As tradições do presépio em cortiça e do Madeiro de Natal voltam a cumprir-se este ano na aldeia da Cortelha, no interior do concelho de Loulé.
O presépio, «uma verdadeira obra de arte», feito de cortiça e de outros materiais oriundos da Serra do Caldeirão, pode ser visitado no largo da Associação, até ao dia 6 de Janeiro.
«Depois de largas semanas a arranjar os melhores canudos de cortiça, a carregar as pedras da ribeira para a construção do cenário do nascimento de Jesus e a recolher musgo, a população da Cortelha orgulha-se agora de poder mostrar o seu presépio», descreve a Associação dos Amigos da Cortelha.
Nesta representação do nascimento de Jesus, a cortiça é «o elemento fundamental, com a consequente carga sentimental a ela inerente. Sendo esta a principal fonte de rendimento dos habitantes da aldeia, a cortiça desempenha neste presépio algo muito mais importante do que simples matéria-prima: transporta a alma das gentes da Cortelha».
No dia 24 de Dezembro, véspera de Natal, será acendido o Madeiro de Natal da Cortelha, que é, no fundo, uma enorme fogueira comunitária, «uma iniciativa que as gentes da Cortelha entenderam que também se adaptava à Serra do Caldeirão e que pretendem que se torne num ponto de encontro e passagem dos habitantes desta aldeia».
«Apesar da pandemia que estamos a passar decidimos mesmo assim voltar a construir o presépio, pois o mesmo é na rua e não representa qualquer perigo de ajuntamento, até porque o nosso presépio é já um símbolo do Natal na Serra do Caldeirão e servirá em parte para animar e alegrar os nossos habitantes», resumiu Rui Marcos, presidente da Associação dos Amigos da Cortelha.
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