Louletano é arguido em operação que investiga auxílio à imigração ilegal de jovens jogadores

Nos últimos anos, Louletano teve uma parceria com a Academia de Futebol de Angola, cujo patrono é José Eduardo dos Santos, antigo Presidente de Angola

Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

O Louletano é o clube de futebol algarvio que foi constituído arguido por suspeitas de ter ajudado à imigração legal de jovens jogadores e falsificação de documentos, no âmbito da “Operação Palanca”, apurou o Sul Informação. 

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) emitiu um comunicado esta segunda-feira, 20 de Dezembro, onde dá conta desta operação, onde também já foi constituído arguido um dirigente desportivo.

Apesar de o documento não relevar de que emblema se trata, o Sul Informação sabe que se trata do Louletano.

Nos últimos anos, esta equipa algarvia teve uma parceria – já terminada – com a Academia de Futebol de Angola (daí também o nome da operação).

Esta ligação fez com que houvesse vários jogadores deste país nas fileiras do Louletano, principalmente na equipa B, mas também na principal: Lussivica, Mucuia ou Yuri André são apenas alguns dos exemplos.

De acordo com o SEF, durante a investigação, «foram detetadas várias entradas e permanências irregulares de jovens jogadores de futebol oriundos da África Austral e da América do Sul».

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras detetou «vistos inadequados para a finalidade da prática desportiva amadora» – a equipa B do Louletano disputa o Campeonato Distrital – «e cartas convite simuladas, com informação sobre objetivos da estada pretendida que não os reais propósitos da permanência em Portugal».

No cumprimento do mandado de busca, o SEF adianta que apreendeu muitos documentos – «cartas convite, inscrições em provas desportivas oficiais, pedidos de legalização fraudulentos e contratos de trabalho presumivelmente falsos» -, bem como «documentação comprovativa de avultadas transferências financeiras internacionais».

Contactado pelo Sul Informação, António do Adro, presidente do Louletano, disse desconhecer a existência de arguidos nesta operação, explicando que o SEF «já esteve várias vezes» no clube por este ter «jogadores estrangeiros».

«Tudo o que nos pedem, nós damos e não temos nada de mal», concluiu.

A investigação deste caso prossegue sob coordenação do DIAP, do Ministério Público de Loulé.

 

 

 



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