Ameaçada raça bovina algarvia motivou reunião de técnicos e criadores

Apenas estão identificados «21 animais como pertencentes à raça algarvia, localizados em três explorações (Lagos, Silves e Tavira)»

Discutir o “Plano de Ação para a Salvaguarda da Raça Bovina Algarvia” foi o objetivo da reunião que decorreu a 10 de Dezembro, entre responsáveis e técnicos do Ministério Agricultura (DRAP Algarve e Alentejo, DGAV, INIAV/Estação Zootécnica Nacional), as Universidades do Algarve e Porto (CIBIO), o Município de Silves, a ASCAL (detentora do Livro Genealógico da Raça Bovina Algarvia) e criadores regionais.

A Raça Bovina Algarvia, salienta a direção regional de Agricultura, já teve «lugar de destaque na pecuária da região», mas corre agora «elevado risco de extinção».

De tal forma que apenas estão identificados «21 animais como pertencentes à raça algarvia, localizados em três explorações (Lagos, Silves e Tavira)».

Para incrementar este pequeno núcleo, estão a ser implementadas ações, baseadas sobretudo em tecnologia reprodutiva (inseminação artificial), com utilização de sémen de touros algarvios conservados no Banco Português de Germoplasma Animal e Transferência Embrionária.

A DRAP Algarve salienta que «o sucesso desta recuperação vai depender da colaboração entre os parceiros do projeto e essencialmente da adesão de criadores da região, que permitam, numa primeira fase, a constituição de núcleos base de reprodutores algarvios para utilização no programa de incremento do efetivo».

Esta raça tem «elevado valor ambiental», em termos de biodiversidade e de adaptação às alterações climáticas, uma vez que estes animais são caraterizados pela sua forte adaptação ao meio (rusticidade) e pelo aproveitamento que fazem dos recursos naturais, contribuindo para a manutenção de áreas mais resilientes aos incêndios.

Por isso, a sua exploração poderá também representar uma importante componente socioeconómica, «atendendo ao elevado potencial que existe atualmente no consumo de carne de raças autóctones, como produto diferenciado, sendo a região algarvia privilegiada em termos de procura local e turística, cada vez mais sensibilizada e interessada em produtos locais de qualidade».

 



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