Tavira: Movimento de Cidadãos diz que projetos para o Posto Agrário esqueceram os agricultores

O Movimento de Cidadãos pelo CEAT defende que os agricultores ficaram «sem casa»

O Movimento de Cidadãos pelo Centro de Experimentação Agrária de Tavira (CEAT) e Hortas Urbanas de Tavira contesta o plano apresentado para o antigo Posto Agrário que esquece os agricultores, transformando o espaço num Polo de Inovação, ligado à Dieta Mediterrânica. Para a próxima sexta-feira, 3 de Dezembro, já está marcada uma marcha de protesto, a partir das 16h00, com partida em frente à Câmara de Tavira.

Num comunicado enviado às redações, o CEAT explica que essa manifestação juntará agricultores e cidadãos, contra a «destruição do conceito de “centro agrário” e a total deturpação do propósito histórico para o qual foi desenvolvido este espaço que conta com 95 anos de existência».

Os manifestantes vão exigir que «a Delegação do Sotavento da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve apoie e sirva os agricultores, os garantes da segurança alimentar e da produção dos produtos que alicerçam os valores e princípios da apregoada Dieta Mediterrânica e da alimentação sustentável».

O Movimento de Cidadãos pelo CEAT defende, no comunicado, que os agricultores ficaram «sem casa»

«O atual plano para um novo Polo de Inovação para a Alimentação Sustentável (Terra Futura) privilegia na prática todo o tipo de entidades, atividades e interesses menos os interesses dos agricultores e de uma agricultura realmente sustentável. Na sessão de apresentação foi tudo muito bonito, mas, para os agricultores, não há lugar», lê-se ainda.

Segundo o plano apresentado, na passada quarta-feira, 24 de Novembro, com a presença da ministra da Agricultura, o Centro de Experimentação Agrária de Tavira, além de se tornar num Polo de Inovação, ligado à Dieta Mediterrânica, também vai acolher uma valência do Algarve Biomedical Center, ligada ao envelhecimento ativo.

Para o Movimento de Cidadãos pelo CEAT, «talvez a primeira ideia que se deveria ter equacionado projetar para aquele espaço fosse a criação de um polo de formação profissional (género escola agrícola) ou ainda um politécnico (género escola superior agrária) onde houvesse, ao mesmo tempo, serviços de apoio aos agricultores da região».

«Um dos maiores problemas na agricultura atual é o da formação e da existência de pessoal que saiba trabalhar na agricultura. Estarão a acabar com o conceito de “posto agrário”? A alimentação sustentável é alicerçada em quem? Com produtos variados de onde? Quem é que sabe trabalhar hoje em dia para produzir a alimentação apregoada? O CEAT transformou-se de centro agrário em centro de alimentação? E essa alimentação é proveniente de quem? E como é que é produzida?», interroga este movimento.

«Defendemos a existência do Centro da Dieta Mediterrânica. Mas não podemos aceitar que, num centro de formação e experimentação agráriam uma das primeiras ações a cumprir seja dar o edifício dedicado à formação dos agricultores (não só de Tavira, mas da região e até do país), e outros edifícios, a diversas entidades, sem terem estabelecida a logística e a calendarização para o suporte e formação dos agricultores», acrescenta.

De resto, este Movimento de Cidadãos também contesta o facto de este plano não ter sido discutido com os agricultores.

 

 



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