Observatório Nacional do Envelhecimento vai funcionar em Alte a partir de Julho

Espaço será coordenado pelo Algarve Biomedical Center (ABC) e conta com 14 entidades públicas e privadas

Foto: Rúben Bento | Sul Informação

O Observatório Nacional do Envelhecimento vai nascer durante os próximos meses em Alte (Loulé), num projeto coordenado pelo Algarve Biomedical Center (ABC) em parceria com 14 entidades públicas e privadas, que vai produzir conhecimento científico e procurar responder de forma eficaz às necessidades da população portuguesa, no que ao envelhecimento diz respeito.

Este projeto terá como missão «fazer o levantamento de dados, identificar as áreas chave com dinamismo populacional e avaliar as políticas públicas e privadas de resposta ao envelhecimento», explicou Nuno Marques, presidente do ABC, durante a cerimónia de lançamento, que contou com a presença da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Ao intervir na cerimónia, que decorreu na sexta-feira, dia 19, no Inatel, em Albufeira, Nuno Marques afirmou que «promover conhecimento científico nesta área do envelhecimento» será, para o ABC, «um grande desafio e uma enorme responsabilidade a nível nacional», mas serão também geridos dados em diversas outras áreas como o desemprego, trabalho, saúde e ação social.

O Observatório Nacional do Envelhecimento vai ficar instalado na Escola Profissional Cândido Guerreiro, em Alte, no interior de Loulé, uma decisão «pensada desde o início» devido também ao facto de a aldeia se situar numa zona de baixa densidade populacional e envelhecida.

 

Nuno Marques, presidente do Algarve Biomedical Center – Foto: Rúben Bento | Sul Informação

 

O projeto tem já «timings definidos», tendo Nuno Marques adiantado que, até Março, o Observatório «terá de ter bem explícito aquilo que vai fazer» e, em Julho, «entrará em funcionamento». Está previsto que o primeiro relatório de análise dos dados possa sair até Dezembro do próximo ano.

Nuno Marques afirmou ainda que os dados estatísticos, depois de tratados, irão ser importantes na resposta eficaz às necessidades da população, tendo sido «assumido o compromisso de dar valores concretos sobre o envelhecimento aos municípios, de modo a que possam atuar nesta área a nível local», pelo que alertou: «temos muito trabalho a fazer em termos nacionais e regionais».

Por seu lado, Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, realçou que o Observatório irá «identificar as necessidades do ponto de vista de respostas sociais, através de equipas de acompanhamento e de combate ao isolamento, para mobilização dos vários instrumentos financeiros que, neste momento, temos à disposição».

Face aos recursos que estão disponíveis, «de forma inédita, o grande desafio que se coloca, é encontrar soluções disruptivas e inovadoras que respondam de forma eficaz às expectativas que as pessoas têm», acrescentou a ministra.

«Portugal vai poder ter instrumentos fidedignos, científicos, [sobre o envelhecimento], que permitam ter indicadores para agir de forma eficaz e que responda às necessidades reais das pessoas, promovendo o envelhecimento ativo e saudável».

 

Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho e Solidariedade – Foto: Rúben Bento | Sul Informação

 

A ministra anunciou ainda que «será lançado, esta segunda-feira, o aviso dedicado às respostas ao envelhecimento, com um valor global de 220 milhões de euros», acrescentando que é fundamental «conseguirmos garantir que esta alocação dos recursos que estamos a fazer tenha a capacidade de responder e de acelerar as respostas estruturais» necessárias.

«Precisamos de dar saltos significativos nas nossas respostas e na forma como olhamos para o envelhecimento», afirmou Ana Mendes Godinho.

Já José Apolinário, presidente da CCDR Algarve, salientou que este Observatório é um passo importante, não só para o país, mas também para dar melhores respostas à população algarvia nesta área, pois «o índice de envelhecimento no Algarve, em torno dos 149,2 idosos por cada 100 jovens, em 2020, é elevado», o que «condiciona a dinâmica de renovação populacional e do mercado de trabalho na região».

 

Foto: Rúben Bento | Sul Informação

 

Das 14 entidades integrantes do projeto fazem parte centros de investigação de várias instituições públicas, privadas e da sociedade civil, na área do envelhecimento ativo e saudável, que irão criar parcerias nacionais e internacionais a fim de desenvolver o trabalho deste Observatório.

Participam três centros académicos – a Universidade do Algarve, pelo Algarve Active Ageing, a Nova Medical School, pelo Lisbon AHA, e a Universidade do Porto, pelo Porto4Ageing – que estão ligados à rede RePEnSA – Rede Portuguesa de Envelhecimento Saudável e Ativo.

Integram ainda o Observatório a AICIB – Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica, Algardata, Câmara Municipal de Loulé, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, Daylife, Fidelidade, Fundação Inatel, Fundação Vasco Vieira de Almeida, Garvetour, Laborial e a Santa Casa de Misericórdia de Lisboa.

Todos estas entidades fazem com que «haja um trabalho em equipa», já que, como salientou Nuno Marques, «se não estivermos juntos, não chegaremos ao nosso objetivo».

 

Fotos: Rúben Bento | Sul Informação

 

 

 



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