Nesta Mochila, não falta teatro para crianças e jovens

Para João de Brito, este festival representa «um marco na vida do LAMA»

Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

Na Mochila, cabem estojos, livros, «pertences mais metafóricos» e, agora, também um festival de teatro, que, a partir desta quinta-feira, 4 de Novembro, quer encantar crianças e jovens, em Faro. 

A ideia de criar esta nova iniciativa na capital algarvia partiu do LAMA – uma companhia com sede em Faro e que se tem vindo a afirmar.

João de Brito, fundador, explica ao Sul Informação como, além da criação artística, uma das missões do LAMA é «ter uma programação para as pessoas».

Assim, nasceu o Mochila – Festival de Teatro para Crianças e Jovens, que, de 4 a 14 de Novembro, terá 11 espetáculos, espalhados por cinco espaços culturais de Faro e ainda em locais ao livre.

«Nós temos um trabalho com o público infanto-juvenil, ao qual queremos dar continuidade e, daí, esta evolução para um festival», diz João de Brito, que também é diretor artístico do Mochila, um nome que fica no ouvido.

«A mochila, além de se associar mais aos jovens e crianças, é um objeto muito transversal e serve para tanta coisa: guarda tantos pertences tão importantes, uns mais metafóricos, outros mais físicos», acrescenta, entre risos.

A iniciativa vai arrancar esta quinta-feira, dia 4, às 19h00, no Teatro das Figuras, com o espetáculo “Romeu & Julieta”, uma criação do Teatro Praga, a partir do clássico de Shakespeare, onde Cláudia Jardim e Diogo Bento guiam os espectadores pela história de um amor maldito, misturando-a com a confeção…de um cheesecake, em tempo real.

Também no Teatro das Figuras, mas a 10 de Novembro, às 19h00, será possível assistir a “Parlamento Shakespeare”, da companhia Bestiário, um espetáculo onde um parlamento, em convulsão, discute acesamente se uma mentira inocente também magoa.

 

João de Brito – Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

 

A 6 e 7 de Novembro, às 11h00, o Museu Municipal de Faro recebe “A Grande Viagem do Pequeno Mi”, espetáculo de Madalena Victorino, em cocriação com Ana Raquel e Beatriz Marques Dias, sobre o poder da imaginação, inspirado no livro de Sandro William Junqueira, e que também já esteve em exibição no “Lavrar o Mar”.

Já no espaço LAMA Black Box serão apresentados, a 5 de Novembro, às 19h00, “Escuridão Bonita”, da companhia Umcoletivo, uma criação de Cátia Terrinca e João P. Nunes, a partir de uma história de Ondjaki, e “Romeu e Romeu”, peça do LAMA Teatro que encerra o Festival, a 14 de Novembro, às 17h00.

O Mochila tem ainda uma particularidade: junta um grupo de teatro juvenil (o Estojo – Laboratório Pedagógico do LAMA Teatro) com companhias reputadas e profissionais.

«Essa é uma mistura que procurámos», confessa João de Brito, estando previstos três espetáculos do ESTOJO: Loop (Grupo de Leitores), Spin & Shot (Panápaná) e Memórias de Bambaram (Teatro Improviso de Intervenção».

Todas estas iniciativas vão ser apresentadas no Auditório do Instituto PDJ, em Faro.

Além dos espetáculos, o festival vai ainda percorrer as ruas de Faro, com a performance Gang das Mochilas, coordenada por João de Brito, Sara Martins e Marta Gorgulho. Nos dias 4, 5, 11, 12 e 13 de Novembro, este gang, composto por jovens intérpretes, ocupa o centro histórico da cidade, a baixa, a zona ribeirinha e as escolas do município.

Para João de Brito, este festival representa «um marco na vida do LAMA».

«Nós sempre tivemos uma preocupação com os públicos, com aquela ideia de estimular o pensamento, mas também vamos além disso. Às vezes, ver um espetáculo muda a tua vida radicalmente. Queremos mudar hábitos de fruição, que as crianças e jovens venham mais vezes ao teatro, e também, quem sabe, com isso haver mais criadores para que haja mais artistas», conclui.

Para ver a programação completa, clique aqui.

 

 



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