Morreu Firmino Martins, ex-preso político, resistente antifascista e militante do PCP

Não há ainda informações sobre as suas cerimónias fúnebres

Faleceu Firmino João Martins, militante do Partido Comunista Português, ex-preso político e resistente antifascista, segundo o anúncio feito este domingo, 14 de Novembro, pela Comissão Concelhia de Albufeira do PCP, que «transmite à família as suas sentidas condolências».

Não há ainda informações sobre as suas cerimónias fúnebres.

Firmino Martins, nascido em 1925, aderiu ao PCP no início dos anos 50 e destacou-se como militante comunista, tendo consagrado o essencial da sua vida à luta em defesa dos interesses dos trabalhadores e do povo, contra o fascismo, pela liberdade e a democracia, pelo socialismo.

Natural de Paderne, Albufeira, Firmino Martins, foi revisor da CP, tendo aderido ao Sindicato dos Ferroviários em 1946, do qual foi dirigente.

No seguimento da sua participação em lutas dos trabalhadores ferroviários, Firmino Martins foi perseguido pela PIDE e esteve preso na cadeia de Caxias na primeira metade da década de 50.

A sua atividade sindical e as suas convicções e luta antifascista levaram a nova prisão, tendo estado na cadeia de Peniche entre Março de 1964 e Novembro de 1965.

Nos conflitos dos trabalhadores Ferroviários em 1969, Firmino Martins foi preso novamente, no seguimento da luta da Braçadeira Preta, o que gerou uma enorme campanha de reclamação da sua libertação, que aconteceu um mês depois. Firmino Martins sai durante esse ano do país, em direção a França, onde fica até 27 de Abril de 1974.

Regressado a Portugal, e já em liberdade, Firmino Martins participa nas lutas sindicais de então, nomeadamente na ocupação da sede do Sindicato e destituição da direção fascista e depois no processo de reestruturação dos sete sindicatos nacionais em três deles (Norte, Centro e Sul). No seguimento deste processo foi dirigente no Sindicato dos Ferroviários do Centro. Ainda em 1974, fez parte da delegação portuguesa à Conferência da Organização Internacional do Trabalho – OIT.

No final dos anos 80 regressa a Albufeira, tendo sido membro da Comissão Concelhia de Albufeira do PCP entre 1996 e 2006.

Durante o período do Pacto de Agressão da Troika, Firmino Martins participou ativamente na luta pela reposição do direito ao transporte que foi roubado aos trabalhadores ferroviários, mas que seria reposto depois de 2015.

Firmino Martins foi «um lutador incansável, participando, até que a saúde lhe permitiu, nas ações promovidas pela CGTP-IN e nas iniciativas promovidas pelo seu partido de sempre, praticamente até ao fim da sua vida, incluindo nas últimas eleições autárquicas que ocorreram em Setembro de 2021», salienta a Comissão Concelhia de Albufeira do PCP.

Firmino Martins era membro da União dos Resistentes Anti-fascistas Portugueses – URAP e foi um lutador pela consagração do Museu Nacional Resistência e Liberdade, que está hoje situado na antiga cadeia fascista do Forte de Peniche.

«O camarada Firmino Martins deixa-nos recordações da sua dedicação e entrega na resistência ao fascismo, pela democracia e pelo socialismo», conclui a Comissão Concelhia de Albufeira do PCP.

 



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