Loulé volta a ter “Som Riscado” para cinco dias de festival

Evento terá lugar nos dias 24 e 28 de Novembro em três espaços distintos de Loulé

O Festival Som Riscado, um evento «dos mais originais e alternativos no que à música, som e imagem diz respeito, a sul do país» vai regressar entre os dias 24 e 28 de Novembro, decorrendo em três espaços distintos de Loulé, sendo eles o Cineteatro Louletano, o Convento de Santo António e o Auditório do Solar da Música Nova.

Dando destaque, «como é hábito», a «projetos inovadores com diálogos experimentais entre música e imagem e em novas explorações ao nível da arte sonora», o evento arranca no dia 24 de Novembro, às 18h00, com a inauguração da instalação sonora “Multicanal Caveira”, no Convento de Santo António, em Loulé.

Trata-se de «uma máquina de som que nos traz uma experiência sensorial, onde a audição é o sentido explorado em exclusivo, para tentar contrariar o domínio omnipresente da visão no campo da música». A instalação, criada por Flávio Martins e com produção da Associação Folha de Medronho, tem «conteúdos de Heitor Alves, George Silver, Miguel Neto e João Silva», diz a autarquia de Loulé.

“Multicanal Caveira” dá «a primazia à música, mas também ao ruído e ao silêncio, para que voltemos a ser apreciadores de áudio em vez de meros consumidores de música». Na instalação serão reproduzidos sons que vão «do imersivo à cacofonia de um carrossel de feira psicadélico». Tecnicamente «é um sistema de som 10.2, no escuro. Para uma pessoa de cada vez».

Ainda no dia 24, às 19h00, também no Convento de Santo António, tocam os Contracello, «um duo que é um trio, com Miguel Rocha no violoncelo, Adriano Aguiar no contrabaixo e Mariana Vieira, compositora e técnica de audiovisual». Os Contracello trazem peças de Luciano Berio, Clotilde Rosa e Anne Victorino d’Almeida, entre outros, com imagens de João Pedro Oliveira, Marianne Harlé, Daniel Rondulha e Emanuel Pimenta.

No dia seguinte, 25 de Novembro, às 21h00, no Cineteatro Louletano, chega “Encode”, uma peça multidisciplinar de Yola Pinto e Simão Costa. No ano em que celebram uma década de colaboração artística, a bailarina e coreógrafa e o pianista e compositor vão estrear a sua nova criação conjunta, “ENcode_we´ve got others under our skin”.

«“Encode” desdobra o modelo clássico da criação de um espetáculo na área transdisciplinar das artes performativas, reunindo artistas e instituições de Arte (música-artes performativas-artes visuais) e Ciência, que refletem, na sua diversidade, a abordagem transversal da pesquisa desta dupla de artistas», refere o município.

«O palco surge como se de uma sala de exposição se tratasse, na qual não há visitantes nem visitados, nem objetos nem sujeitos. Todos são e fazem parte de um mesmo ecossistema interdependente. Testa-se uma abordagem a um novo conceito de ecologia, enquanto ato colaborativo de todos os organismos que o constituem», explica a dupla.

 

Cineteatro Louletano

 

A 26 de Novembro há “Música para Algarvios do Futuro”, às 21h00, no Auditório do Solar da Música Nova, um projeto que parte do visualista Tiago Pereira e do músico Sílvio Rosado, recorrendo a alunos do Conservatório de Música de Loulé, com o objetivo de «estimular os jovens a criarem peças novas».

Os dois autores, que formaram os “Sampladélicos”, «têm feito um trabalho notável na renovação das tradições musicais portuguesas, tendo por base as raízes tradicionais», sendo Tiago Pereira o autor do programa da Antena 2 “A Música Portuguesa a Gostar dela Própria”, «prometendo trazer a Loulé vários trava-línguas, bailes mandados, orações, cantigas, provérbios e lenga-lengas que serão trabalhados com os jovens músicos do Conservatório Francisco Rosado, em Loulé»

No dia seguinte, a 27, chega “Azenha”, às 17h00, também no Solar da Música Nova, um «concerto ilustrado, feito a dois, sendo a música assegurada pela guitarra de Rui Carvalho, mais conhecido como Filho da Mãe, e a parte visual pela artista plástica Cláudia Guerreiro.

Esta será «uma viagem sensitiva a um sítio no Alentejo, onde viveram o escultor Jorge Vieira e a escultora Noémia Cruz, na casa onde, em tempos, D. Dinis tinha uma amante. Um “retrato” de amores cósmicos e intuitivos em sítios a que todos pertencemos, das impossibilidades do amor e das estranhas condições em que ele decide acontecer», explica a Câmara de Loulé.

Com a guitarra de Rui como pano de fundo, Cláudia pinta e cria cenários, usando figuras de papel em jeito de marionetas e movimentando a luz num vidro, que é filmado e projetado. Isto tudo em tempo real.

Ainda neste dia, mas à noite, o Cineteatro Louletano recebe “Travessias”, com conceito, criação artística e direção de Marta Jardim, performance que estreou no Centro Cultural de Belém em Lisboa e que agora chega a Loulé.

«“Debater-se consigo no mundo” é o mote para a travessia de uma mulher nua em si, mulher que procura, que se procura, que está só e é polvo. Uma mulher que se revela, desdobrando-se em múltiplas linguagens, pondo a descoberto facetas, estados e emoções. Essa mulher cruza outra mulher e outra mulher. Mulheres que estão nuas em si. Que procuram. E que se procuram. Mulheres que se revelam, se desdobram, que tentam incessantemente perceber-se. Em “Travessias”, as mulheres jogam entre si, como se joga a vida», explica a autarquia louletana.

 

“A garota não”, projeto da cantautora Cátia Mazari Oliveira

 

No último dia do Festival, 28 de Novembro, «um dos momentos mais aguardados será o concerto de “A garota não”, no Auditório do Solar da Música Nova, às 17h00, seguido de uma conversa com o público».

“A garota não” é o projeto da cantautora Cátia Mazari Oliveira que, sem artifícios, «canta uma reflexão deliciosamente interventiva sobre os nossos tempos, fazendo uma abordagem atual, genuína e doce».

Com influências que vão desde o rap português ao folk americano, passando pela música popular brasileira e pelo pop britânico, “A garota não” «canta o que dói por dentro, o que ri por fora, o que os dias trazem, cantando os dias e a vida que neles se derrama. O que mais a inspira é a delicadeza, as relações, os sonhos, o respeito por quem está e a falta dele, o amor».

A edição deste ano do Festival Som Riscado fecha a 28 de Novembro com os “Sensible Soccers”, às 21h00, no Cineteatro Louletano.

Com «uma sonoridade difícil de compartimentar», os Sensible Soccers abordam «estéticas variadas, não escondendo o gosto pelas melodias pop. Fugindo ao convencional, optam na construção dos temas por estruturas e arranjos em progressão. Nos espetáculos ao vivo, a energia é quem mais ordena, tornando-os surpreendentes até para o público que melhor conhece o trabalho da banda», diz o município de Loulé.

Tal como em edições anteriores, o Festival continua a apostar em performances multidisciplinares integradas em instalações interativas, quer dirigidas à comunidade escolar quer ao público em geral e famílias. Também a componente de encomenda se mantém central, com a participação de artistas e estruturas de ensino sediados no Algarve.

Os bilhetes para os concertos pagos (existem vários gratuitos) vão estar à venda nas receções do Cineteatro e do Auditório do Solar da Música Nova, nos locais aderentes (Fnac, Worten, CTT e outros) e online.

Para mais informações e reservas, os interessados podem contactar o Cineteatro Louletano pelo contacto telefónico 289 414 604 (de terça a sexta-feira, das 13h00 às 18h00) ou pelo e-mail [email protected]. A programação estará disponível no Facebook e no website do Cineteatro Louletano, ambos em permanente atualização.

O acesso por parte do público a toda a programação prevista no festival está sujeito ao uso obrigatório de máscara e às regras de higiene e segurança da Direção-Geral da Saúde (DGS)

 



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