Um projeto do Município de Loulé, sobre os trabalhadores forçados portugueses no III Reich e os louletanos no sistema de campos de concentração nazis, venceu uma menção honrosa na 1ª edição do prémio “Aristides de Sousa Mendes e outros salvadores portugueses – Holocausto, valores universais, humanismo e justiça”, cujos galardões foram entregues esta terça-feira, 9 de Novembro, em Lisboa.
Este foi um trabalho de carácter pedagógico, desenvolvido com a Escola Secundária de Loulé.
Fernando Rosas dirigiu uma equipa internacional de historiadores do Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa que, com o apoio da Fundação alemã EVZ – Fundação Memória, Responsabilidade e Futuro e de outras instituições, realizou uma investigação pioneira em Portugal que tinha por objetivo identificar os trabalhadores forçados e os prisioneiros dos campos de concentração nazis de nacionalidade portuguesa.
O Município de Loulé aceitou o repto e estabeleceu entretanto uma parceria com a equipa de investigação para inaugurar em Loulé a exposição internacional “Trabalhadores Forçados Portugueses do III Reich” e, em simultâneo, realizar localmente a investigação que permitiu complementá-la com o núcleo “Os Louletanos no sistema concentracionário Nazi”.
A exposição esteve patente ao público em Loulé, na Casa Memória do Século XX, e pretendeu apresentar o resultado do projeto internacional de investigação, aproveitando para divulgar o caso particular dos cidadãos louletanos arrastados neste processo durante a II Guerra Mundial.
Outro dos momentos altos do projeto foi a participação, a 5 de Maio de 2019, de duas turmas do 11º ano (cerca de 50 alunos) da Escola Secundária de Loulé no 74º aniversário da libertação do campo de concentração de Mauthausen, na Áustria.
Estes estudantes tiveram a oportunidade de assistir a uma iniciativa única que junta anualmente cerca de 45.000 pessoas.
Para Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé, «é um privilégio termos contribuído, com a nossa ação, para alertar os mais novos para um momento negro tão marcante da História da Humanidade, para que sirva de exemplo e não se volte a repetir no futuro. Por outro lado, foi também um prazer termos trabalhado diretamente com pessoas e instituições de referência».
Esta não foi a primeira vez que este projeto foi distinguido; já em 2019 recebeu o galardão na área da Investigação, dos Prémios APOM (Associação Portuguesa de Museologia).
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