Festival Som Riscado cumpre sexta edição com iniciativas em três espaços de Loulé

Paulo Silva, programador, resume o que será o Festival

Foto: Bárbara Caetano | Sul Informação

A ligação entre música e imagem é o principal mote do festival Som Riscado, que  cumpre a sexta edição a partir de quarta-feira e até domingo, com espetáculos e instalações em três espaços culturais de Loulé.

Paulo Silva, programador do Cineteatro Louletano, disse à agência Lusa que o Som Riscado tem tido vários formatos e tem sido “adaptado com o passar dos anos”, e nesta edição vai poder “voltar ao formato original, embora ainda com algumas restrições”, motivadas pela situação atual da pandemia de Covid-19, mas já sem os condicionalismos do ano passado.

“A ideia será ter sempre um festival que faça a ligação entre música e imagem, que tem sido a pedra de toque deste festival. Este ano vai ter a duração de cinco dias e vai acontecer em três locais, vai haver espetáculos no Cineteatro Louletano, no Solar da Música Nova e no Convento de Santo António”, disse o programador do evento.

Paulo Silva deu conta dos espetáculos e instalações que o festival vai levar até ao público no concelho algarvio, como o de inauguração, na quarta-feira, “às 18h00, no convento de Santo António, onde haverá duas iniciativas, a primeira a instalação ‘Multicanal de Caveira’, da Folha de Medronho”, que é “sonora, num cubo, e é uma instalação imersiva”, onde entra uma pessoa de cada vez e na qual se trabalha “o som e o silêncio”.

“É uma experiência multissensorial, tentamos anular tudo o resto, a visão e a audição, só poderá entrar uma pessoa de cada vez e a experiência dura cinco minutos por pessoa, estando destinada para o público das escolas, de manhã, e ao público geral, à tarde, com acesso gratuito”, precisou.

Na quarta-feira, às 19h00, “haverá um concerto dos Contracello, no qual será feito uma junção entre o violoncelo e a imagem”, num “espetáculo de ligação entre imagem e som, que é o que pretendemos com este festival”, antecipou.

“No dia 25, teremos uma peça multidisciplinar que é o encontro entre Yola Pinto e Simão Costa, que irá acontecer às 21h00 no Cineteatro Louletano, na qual eles vão assinalar uma década de colaboração artística, com coreográficas, e serão acompanhados por um pianista, com um espetáculo muito multimédia também”, referiu.

O terceiro dia do festival terá como palco principal o auditório do Solar da Música Nova, onde está previsto o espetáculo “Música para os Algarvios do Futuro, um projeto do Tiago Pereira e de Sílvio Rosado, que visa estimular os jovens a criar peças novas”, segundo Paulo Silva.

“O que se pretende aqui é juntar todas as sonoridades do Algarve, isto em conjunto com alunos do conservatório, de forma a fazer umas criações originais e deixar um documento, digamos assim, sonoro e visual também, sobre o futuro acerca do Algarve”, revelou.

No sábado, também no auditório do Solar da Música Nova, às 17h00, sobe ao palco o “projeto A Azenha, que reúne o guitarrista mais conhecido por Filho da mãe, com a sua esposa [Cláudia Guerreiro], que estará a fazer toda a parte visual em direto, em tempo real”, e à noite será a vez de “poder assistir, no Cineteatro Louletano, a “Travessias”, de Marta Jardim, que é dança em junção com teatro”, numa representação também multidisciplinar, disse ainda o programador.

“No dia 28, teremos a Garota Não, que vem pela primeira vez a Loulé, para um concerto às 17h00, e encerramos com os Sensible Soccers, com o seu novo trabalho, chamado ‘Manoel’, em que irão musicar filmes e imagens de Manoel de Oliveira e será no Cineteatro, às 21h00”, completou.

Paulo Silva considerou que, com este cartaz e algumas “adaptações”, vai ser possível ter “um festival nos moldes de anos anteriores”, com uma “certa normalidade”, apesar do incremento de casos de Covid-19 que se tem vindo a registar em Portugal e em toda a Europa, porque as pessoas que frequentam espaços culturais são cumpridoras” e isso “permite que os espetáculos possam acontecer sem risco”.

 

 



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