A Diocese do Algarve está a investigar um alegado caso de abuso de menores por um padre que terá exercido em Boliqueime, após a denúncia de uma das supostas vítimas num programa de televisão no passado mês de Outubro. O sacerdote colocou-se «à disposição» para esclarecer o assunto e o Ministério Público também já foi informado, anunciou a própria Diocese.
Foi no programa “Goucha”, na TVI, a 6 de Outubro, que Telmo Simão expôs o caso. Segundo o denunciante, estes abusos aconteceram há mais de 30 anos, na Casa dos Rapazes (Instituto D. Francisco Gomes), em Faro, onde estava institucionalizado.
De acordo com a suposta vítima, os abusos sexuais dos quais foram alvo «a maior parte dos jovens» institucionalizados, também envolviam «monitores» da Casa dos Rapazes.
«Levávamos porrada se falássemos: a própria instituição protegia o que se passava», relatou Telmo Simão.
O caso já levou a uma reação por parte da Igreja. Num comunicado enviado às redações esta quinta-feira, 25 de Novembro, a Diocese do Algarve explica que, apesar «de nem antes, nem depois da emissão do programa televisivo», ter recebido «qualquer denúncia», o Bispo decidiu convocar a Comissão Diocesana de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis «para escutar o seu parecer sobre este caso».
D. Manuel Neto Quintas, prelado algarvio, ouviu os especialistas, «comunicou o caso à Congregação da Doutrina da Fé, deu disso conhecimento ao Ministério Público da Comarca de Faro e determinou a realização de uma investigação prévia, nos termos canônicos, para averiguar da credibilidade da denúncia», lê-se no mesmo comunicado.
Essa investigação está a ser feita pela Comissão de Inquérito e, segundo a Diocese, o «sacerdote sobre o qual recaem estas suspeitas colocou-se, de imediato, à disposição» para esclarecer o caso.
De resto, segundo a Igreja Católica algarvia, foi a própria Diocese que contactou a alegada vítima, que desconhecia, para «estabelecer um primeiro contacto».
Quanto à Casa dos Rapazes, «não tem, nem nunca teve, qualquer ligação à Diocese do Algarve», conclui o comunicado.
Contactado pelo Sul Informação, António Barão, presidente do Instituto D. Francisco Gomes, disse que este caso «é desconhecido da instituição», até porque «nunca houve padres» na Casa dos Rapazes.
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