Banhos Islâmicos de Loulé vão ser monumento nacional e «todo o Algarve» ganha com isso

O tempo estimado até que seja aprovada a classificação é de um ano, mas a autarquia louletana quer tentar encurtar esse período.

Os Banhos Islâmicos (ou hamman) de Loulé, o mais completo edifício do género existente na Península Ibérica, vão ser monumento nacional, depois de o procedimento que levará a esta classificação ter sido publicado esta terça-feira, 9 de Outubro, em Diário da República. 

Ao Sul Informação, Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé, congratulou-se com este passo que vai permitir aos Banhos Islâmicos ter um maior grau de proteção e de «notoriedade».

«Eu bati-me por isto desde sempre. É uma excelente notícia e uma grande mais-valia até para todo o Algarve porque não há, em Portugal, um complexo como os nossos Banhos Islâmicos», considerou.

O tempo estimado até que seja aprovada esta classificação é de um ano, mas a autarquia louletana quer tentar encurtar esse período.

«A nossa expectativa é que a aprovação aconteça em Abril, por altura do Dia dos Monumentos e Sítios», explicou Vítor Aleixo.

A data não é por acaso: é que a Câmara de Loulé quer, também nesse mês, inaugurar as obras de musealização que está a levar a cabo nos Banhos Islâmicos desde Março de 2020. 

«A empreitada está quase concluída e a correr muito bem», segundo o autarca, o que faz prever que possa estar pronta em Abril do próximo ano.

Apesar da «maior responsabilidade» que a classificação como monumento nacional trará para a autarquia de Loulé, Vítor Aleixo vê este passo como «importante».

«Ali, vamos poder contar a nossa história e dar a conhecê-la aos residentes, às crianças e aos turistas», considerou.

Os Banhos Islâmicos de Loulé são um complexo público do final do período da ocupação islâmica do Algarve (terão funcionado entre os séculos XII e XIII), tendo sido ocupados no século XV como habitação.

As obras que estão a decorrer quer valorizar tanto os Banhos, como os vestígios arqueológicos da casa nobre do final do século XV e da muralha medieval e moderna, tornando, inclusive, o torreão aí existente visível do lado das Bicas Velhas.

Tal como o Sul Informação deu conta, em primeira mão, a organização funcional dos espaços vai contemplar uma receção/átrio, espaço expositivo, espaço para serviços educativos e área exterior de lazer, além da área musealizada, que terá informação no percurso da visita.

Organizado no piso térreo, o espaço dos banhos deverá manter-se delimitado pelas estruturas que permanecem da casa nobre quatrocentista.

O projeto vai integrar quatro áreas distintas: a zona de entrada, com um banco onde os visitantes poderão ter um momento de pausa antes ou após a visita ao núcleo, e a entrada interior que articula a receção com três áreas específicas, respetivamente os espaços museológicos, a sala dos serviços educativos e o núcleo de sanitários.

Haverá, ainda, uma terceira zona, composta pela sala de exposição, complementada com um conjunto de informações sobre os banhos islâmicos, a casa senhorial, o conjunto muralha-torreão e, por fim, um quarto espaço complementar, constituído pelo quintalão, ou seja, uma zona exterior onde até está previsto haver projeção de cinema.

A obra de musealização dos Banhos Islâmicos (ou hamman) terá uma componente inovadora: um levantamento 3D que dará ao possibilidade, ao visitante, de conhecer o complexo tal como era.

 

 



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