Artista farense Glantosz expõe “AUCTION” e “8” na galeria do IPDJ de Faro

Estes são os mais recentes projetos do artista João Melo

O artista farense Glantosz, de seu nome João Melo, vai inaugurar os seus mais recentes projetos “AUCTION” e o projeto “8”, duas exposições focadas no racismo, no dia 7 de Janeiro, na galeria de Faro do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ).

No projeto “AUCTION”, João Melo aborda «o leilão de escravos com uma forte crítica visual, que inverte um dos mecanismos de comercialização da época escravista», começa por comentar o artista farense.

Este é um projeto fotográfico imaginado, escrito, fotografado e desenhado por Glantosz, numa «crítica do artista ao pensamento individualista e ignorante que, na sua perspetiva, existe na sociedade portuguesa. Uma ideia de que há apenas um “eles” e nunca um “eu”, «uma ideia de que não consigo perceber o outro até estar nos seus sapatos».

Este projeto visa «tocar no coração, se ele existir, dos portugueses, mais especificamente aqueles que desvalorizam a escravidão e por vezes esquecem que fomos nós a escravizar» e tem como objetivo «criar um “e se fosse eu?” na mente dos visualizadores, criar um “e se fossemos nós”» e o de «inverter um cenário que foi o normal durante mais de quatro séculos, a ação de leiloar escravos africanos».

Por outro lado, no projeto “8”, Glantosz diz que «a reportagem e a simplicidade visual são características presentes num projeto fotográfico que foi feito com a participação de oito artistas
africanos portugueses, lisboetas e algarvios, em que cada um respondeu a uma pergunta que, para muitos, estende-se para além da arte: o que é ser um artista africano em Portugal?».

João Melo salienta que «ser artista é um direito que vai para além da arte, para além da cor da pele ou da nacionalidade, da naturalidade ou capacidade monetária, ser artista é poder expressar o que se sente, sem a dor de pensar».

O projeto “8” foi imaginado, escrito e fotografado por Glantosz e é uma foto-reportagem imaginada após a morte de George Floyd, em 2020. O nome vem dos oito minutos que tem o vídeo, visto por milhões, em que George Floyd foi assassinado por um polícia nos Estados Unidos da América.

O “8” vem com o “AUCTION”, «não para resolver o problema do racismo, muito menos de tentar a aceitação social, até porque diria que não sou a pessoa com a opinião política mais liberal», mas para «servir o que sei fazer melhor: expor um problema com a minha linguagem de comunicação preferida, a fotografia», conclui Glantosz.

 



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