Algarvio Bruno Gonçalves viajou até La Palma para fotografar o vulcão Cumbre Vieja

Fotógrafo esteve a fotografar em La Palma de 23 a 26 de Outubro

Foto: Bruno Gonçalves

Nunca tinha pensado em ir lá antes, mas, com o desenrolar da situação vulcânica, o fotógrafo algarvio Bruno Gonçalves, quando viu que a viagem não implicava quaisquer perigos, arriscou e pôs-se a caminho de La Palma, nas Canárias, acompanhado por um amigo, para fotografar a erupção do vulcão Cumbre Vieja, tendo ficado na ilha de 23 a 26 de Outubro.

«Tenho fotografado tempestades e tudo o que envolve essa temática, mas agora surgiu a oportunidade de ter um vulcão em erupção, aqui relativamente perto de nós. Considerei o fenómeno como uma oportunidade única e decidi arriscar», começa por contar Bruno Gonçalves, o jovem caçador de tornados algarvio, em entrevista ao Sul Informação.

O fotógrafo algarvio «não tinha ideia de ir», mas, quando se apercebeu que o vulcão não estava a ceder na sua atividade eruptiva, que «a situação não era assim tão perigosa que impedisse a ida» e que «começavam a aparecer imagens impressionantes» da lava a escorrer pela montanha, «comecei a ficar mais interessado em fotografar o Cumbre Vieja».

Entretanto, em conversa com o amigo Henrique Santos, que também acabou por ir, Bruno Gonçalves decidiu «arriscar em algo que é fora da minha zona de conforto». Sem saber se tinha voo para a ilha de La Palma, «porque as coisas estavam complicadas devido às cinzas no ar», acabou por ir e ficar «três dias a captar todos os momentos em fotografia e vídeo».

Das 19 mil fotografias tiradas em sequências timelapse, «foi selecionada uma pequena parte que resultou no vídeo com cerca de três minutos», que a ExtremAtmosfera, organização de que é fundador, lançou na sua página de Youtube. As restantes fotos irão integrar um segundo vídeo que vai sair mais tarde e que ainda está em fase de produção.

 

 

Para além das fotografias em sequências de timelapse, o fotógrafo tirou ainda cerca de três mil fotos, uma das quais estará exposta numa mostra com alguns dos seus melhores trabalhos.

Bruno Gonçalves disse ainda ao Sul Informação que esta viagem se traduziu «na oportunidade de estarmos ali a registar algo único e a fotografar, ao vivo, esses mesmos acontecimentos», registando «o nascimento de uma nova montanha e o crescimento da área da ilha, com a solidificação da lava que está a ser expelida pelo vulcão».

Este fenómeno «proporciona imagens verdadeiramente incríveis, com a lava a ser expelida pela montanha abaixo ou com os piroclastos a serem lançados para o ar». São imagens que «acabam por ter uma grande beleza associada, mas temos o lado negativo, com as muitas casas que foram destruídas, os negócios que acabaram e a vida daquelas pessoas, que foram alguns milhares, a ficare afetada».

«Acontece a mesma situação quando fotografo as tempestades: têm sempre a sua parte bela, mas também são um potencial de destruição», exclama Bruno Gonçalves.

Neste trabalho sobre o vulcão Cumbre Vieja, um assunto que ainda está na ordem do dia, o fotógrafo algarvio pretende «abordar uma vertente nova, para além das tempestades», com imagens de vulcanismo que ainda não tinha, «aumentando assim o meu portfólio com material novo».

«Foi uma experiência nova, um tema diferente, portanto estivemos completamente fora da nossa zona de conforto e fomos mesmo à aventura sem saber. Esta viagem foi algo completamente impressionante e indescritível», conclui Bruno Gonçalves.

 

 



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