25 milhões de euros querem criar rede de aldeias inteligentes no Algarve e melhorar cobertura digital

No âmbito do Portugal 2030, em consulta pública, o programa operacional regional vai mobilizar 25 milhões de euros

25 milhões de euros para criar uma rede de aldeias inteligentes e garantir a cobertura digital no interior do Algarve. A proposta é da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve e dos municípios e foi anunciada por José Apolinário na passada sexta-feira, 19 de Novembro, em Albufeira.

O presidente da CCDR aproveitou o lançamento do Observatório Nacional de Envelhecimento Ativo para anunciar o propósito de, no âmbito do Portugal 2030, em consulta pública, o programa operacional regional mobilizar 15 milhões de euros para o apoio à melhoria da conectividade nas áreas rurais e de baixa densidade e 10 milhões para ações de valorização económica de recursos endógenos e estratégias de diversificação da base económica nos territórios de baixa densidade.

José Apolinário sublinhou que, no domínio demográfico, projeções recentes apontam para que, em 2070, Portugal tenha apenas cerca de 8 milhões de habitantes — uma redução de 23 % da população residente face ao contexto atual —, o que, a confirmar-se, é um dos maiores decréscimos populacionais registados na Europa.

De acordo com estas projeções, Portugal passaria a ser o país europeu com maior peso dos «muito idosos» no conjunto da população, com as pessoas acima dos 80 anos a representar 16,1 % da população.

A conjugação dos saldos naturais e migratórios resultou num acelerado envelhecimento da população portuguesa, com as mais recentes projeções demográficas colocam Portugal como sexto país mais envelhecido do mundo. De acordo com os dados de 2019, existem em Portugal mais de 161,3 pessoas com mais de 65 anos por cada 100 jovens até aos 15 anos, e quase 34,2 pessoas com 65 e mais anos por cada 100 pessoas em idade ativa.

No Algarve, depois de um forte crescimento populacional nas duas décadas de 1991 até 2011, a década passada veio revelar uma perda de intensidade do crescimento demográfico no Algarve, apesar de o litoral ainda ser um dos raros territórios nacionais a ver aumentar o número de residentes.

O crescimento é bastante assimétrico no interior da região, sendo os ganhos dos concelhos do litoral bastante inferiores aos da década 2001-2011 e menos expressivos do que as perdas dos concelhos do interior: -13,6% a perda de residentes em Alcoutim e de -9,6% em Monchique.

«O índice de envelhecimento no Algarve, em torno dos 149,2 idosos por cada 100 jovens, em 2020, é contudo elevado e preocupante, condicionando a dinâmica de renovação populacional, logo, também as dinâmicas do mercado de trabalho da região, onde o número de inativos por 100 empregados é superior aos valores do Continente (109,4 contra 106,8), resultado de uma tendência de diminuição da população ativa mais acentuada regionalmente e de um aumento da população inativa, em contraciclo com o comportamento do território continental, entre 2013 e 2020», diz a CCDR Algarve.

Só que, este perfil demográfico, também pode representar «um manancial de oportunidades emergentes na promoção de formas de envelhecimento ativo e na criação de novos serviços e qualificações territoriais que conduziram ao reconhecimento do Algarve como espaço de referência para o envelhecimento saudável, estimulando o segmento da economia grisalha, de longevidade e bem-estar e potenciando fatores de inovação e complementaridade entre os setores da saúde humana e do turismo».

 



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