Tudo começará em Monchique este sábado, 9 de Outubro, para só acabar daqui a 21 dias, bem longe, em Santiago do Cacém. Vão ser quilómetros e quilómetros a caminhar numa “Grande Errância” que junta seis malabaristas, 14 convidados e liga o Algarve ao Alentejo.
O “Lavrar o Mar” está de regresso para mais uma temporada até Dezembro. Este programa, que já vai para o seu quinto ano em Monchique e Aljezur, começará este ano com mais um projeto diferente – chamemos-lhe assim.
«É uma iniciativa complexa, difícil, mas esta é a nossa filosofia: ter novos projetos, novas maneiras de dialogar com o território», comenta, entre risos, Giacomo Scalisi, um dos programadores, ao Sul Informação.
“A Grande Errância” é, como o próprio nome indica, uma grande caminhada que começará em Monchique, passará por Aljezur e Odemira, até chegar a Santiago do Cacém.
Mas não é uma caminhada qualquer. Será feita por seis malabaristas, do Collectif Protocole (França), que se irão revezando durante 21 dias.
Ao longo dos (muitos) quilómetros, os artistas vão poder apreciar paisagens, caminhos e conhecer pessoas.
«A ideia é percorrer todo este território, com alguns convidados, que vão acompanhar um ou dois malabaristas. O que queremos é que, em conjunto, vão conversando sobre o saber de cada convidado, sobre o território», conta Giacomo.
Os convidados, que vão acompanhar durante um ou mais dias os malabaristas, terão as mais diferentes proveniências: há pessoas do mundo do jornalismo (como Elisabete Rodrigues, diretora do Sul Informação, que será a convidada este domingo, dia 10), da arquitetura, das artes…
«Todos vivem neste território, mas têm experiências diferentes. Daí esta riqueza», acrescenta Giacomo Scalisi.
Durante estes 21 dias, em cada sábado, haverá um espetáculo, de entrada livre, onde não faltará, claro, malabarismo.
Depois da partida hoje em Monchique, às 16h00, no parque de estacionamento da antiga serração, haverá espetáculos em Aljezur (dia 16, às 16h00, no Largo da Porta Nova), em Odemira (dia 23, no Jardim Ribeirinho, 16h00) e em Santiago do Cacém, na chegada, dia 30, às 16h00.
Estes vão ser momentos especiais que serão «um género de apanhado da semana que passou», explica Giacomo Scalisi.
«A nossa ideia é que haja um testemunho dos malabaristas e dos convidados para contar às pessoas o que foi se passando ao longo dos dias. Cada espetáculo terá uma hora e será construído através das experiências e dos territórios em que foram passando», acrescenta.
Quem quiser acompanhar ainda melhor todo este percurso, pode fazê-lo neste site.
Há também um grupo de Whatsapp em que os malabaristas vão partilhando fotos, vídeos e texto sobre o que vão vendo e sentindo.
É que, como diz Giacomo Scalisi, a “Grande Errância” que «é vivida diariamente por alguns, mas partilhada com todos os que desejarem».
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