Para onde nos levam os dados?

O presente e o futuro guiados por dados

A transformação digital, que já estava em andamento e que foi muito acelerada pela pandemia do COVID-19, tem mudado os diferenciais dos produtos e serviços, as necessidades e expetativas dos clientes e dos colaboradores, o posicionamento das organizações no mercado e a forma como são geridas.

As organizações dispõem de quantidades cada vez maiores de dados (big data), de diversos tipos e fontes e a sua utilização no suporte à tomada de decisões tem um papel vital, seja qual for o setor de atividade e a dimensão da organização.

Para tal, é necessária a Ciência de Dados, uma área interdisciplinar, que tem como pilares a Matemática e a Estatística, as Ciências da Computação e o entendimento do domínio de aplicação, e que visa reconhecer padrões, desenvolver modelos preditivos e gerar insights para a tomada de decisões a partir de dados (data-driven).

Grandes multinacionais como Google, Amazon, Apple, Netflix, Spotify, Facebook, Uber e McDonald’s analisam continuamente dados para entenderem melhor os seus clientes e aprimorarem as suas experiências, identificarem preventivamente riscos, anteciparem comportamentos e desenvolverem produtos e serviços mais “inteligentes”, alinhados com as tendências de mercado e que as posicionem na linha da frente das novas oportunidades.

Quando fazemos uma compra na Amazon ou assistimos um filme na Netflix e recebemos recomendações de outros produtos, as plataformas estão a recorrer à Ciência de Dados para recomendar os mais alinhados ao nosso perfil.

Quando pedimos um crédito numa instituição bancária, os modelos preditivos de risco de crédito, desenvolvidos a partir de dados, quantificam o nosso risco de incumprimento.

Quando publicamos uma fotografia no Facebook e a marcação das pessoas vem quase automatizada, o Facebook está a utilizar reconhecimento de imagem. Imagens, vídeos e textos também são dados – dados não estruturados – que através de Ciência de Dados também geram insights.

A importância da Ciência de Dados é transversal a todas as áreas das organizações, sejam públicas ou privadas, pequenas, médias ou grandes, mas, ter uma cultura organizacional data-driven requer o desenvolvimento de competências ainda escassas no mercado. Daí as profissões ligadas a dados liderarem os rankings de profissões emergentes.

Estudos recentes apontam o big data, juntamente com a computação na nuvem e o comércio eletrónico, como grandes prioridades para as empresas, que já as adotam ou perspetivam adotar num futuro próximo. A robotização e a inteligência artificial são cada vez mais uma realidade, requerendo grande atenção à segurança e privacidade dos dados e à utilização da tecnologia em prol do bem-estar da humanidade.

Os dados estão por todo o lado e guiarão cada vez mais as nossas decisões!! Tanto as pessoas, como as organizações, precisam de se preparar para os grandes desafios e oportunidades que os dados proporcionam!

 

Autora: Sílvia Maria Dias Pedro Rebouças é professora associada e diretora da Licenciatura em Ciência de Dados do Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes (ISMAT)

 

 



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