Germano biciArte Café é «a casa de todos os amantes de ciclismo» em Alte

Este é um bike café dedicado exclusivamente ao ciclista, numa homenagem de Pedro Domingues ao seu avô que ali teve uma casa de bicicletas nos anos 30

Foto: Rúben Bento | Sul Informação

Mais do que um comércio local, o Germano biciArte Café, em Alte (Loulé) é um ponto de encontro obrigatório para ciclistas que percorrem as estradas e caminhos da beira-serra algarvia, bem como uma paragem de descanso e, talvez, degustação da gastronomia típica, para os turistas que visitam as bem conhecidas atrações da aldeia.

A completar cinco anos desde a sua inauguração, o Germano biciArte Café, «um bike café dedicado exclusivamente às bicicletas e ao ciclista», surge numa homenagem de Pedro Domingues, proprietário do estabelecimento, ao seu avô Germano que, «nos anos 30, tinha tido aqui uma casa de bicicletas», confidencia em entrevista ao Sul Informação.

«O meu avô tinha uma casa de bicicletas aqui, onde as alugava ou arranjava quando fosse necessário, e depois havia logo ao lado uma tasca. Portanto, surgiu a ideia de unir os dois antigos espaços numa homenagear e criar a marca Germano, que está registada», explica o proprietário.

Depois de o estabelecimento ter sido vendido para se transformar numa padaria, Pedro Domingues comprou-o, «com o objetivo de ter um espaço dedicado à bicicleta e outro à cafetaria, que vende produtos locais daqui do nosso concelho».

Entretanto, com o passar do tempo, o Germano biciArte Café «tornou-se num ponto de romaria» para ciclistas e turistas que, «ao passarem na EN124, ou ao virem visitar Alte, acabam por parar, descansar e até comer alguns pequenos snacks que temos».

«Tem vindo muita gente da área da bicicleta, desde amadores a profissionais, que costumam vir para esta zona treinar. Estamos perto do Malhão, uma boa estrada, vias muito interessantes para eles treinarem e, por isso, temos recebido estes amantes do ciclismo como se estivessem em casa».

Apaixonado desde pequeno por estes veículos de duas rodas, Pedro Domingues colocou de lado a sua formação na área das artes plásticas e gráficas, «porque as coisas não correram bem», e dedicou-se a abrir o seu próprio negócio, no qual consegue «ter um conforto e bem estar emocional», pois «estou a produzir e a mexer no que gosto: bicicletas».

 

Foto: Rúben Bento | Sul Informação

 

Apontando para a pequena zona criada no canto do Germano biciArte Café, «que não pode ser chamada oficina», Pedro Domingues diz ter «um espaço SOS» para ajudar os ciclistas que «calham a ter um problema com as suas bicicletas e, em vez de chamarem alguém para os ajudar, nós arranjamos enquanto eles podem tomar um café e descansar as pernas».

«Às vezes, costumo estar aqui também a fazer algumas peças através da reciclagem de bicicletas. É mais para as pessoas verem o que a gente produz. Temos brincos, porta-chaves, relógios, candeeiros. Tudo feito com restos de bicicletas que são jogadas fora. É tipo um pequeno atelier!».

«Esta pequena “oficina” torna-se num ponto-chave para ajudar os ciclistas que por aqui precisam de ajuda», exclama Pedro Domingues.

 

Foto: Rúben Bento | Sul Informação

 

Com cada vez mais pessoas a visitarem o espaço, «que vêm, ficam a conhecer, gostam e tornam a voltar», o Germano biciArte Café tem recebido muitos ciclistas que, depois de terem passado a pedalar, «voltam sem a bicicleta e trazem já a família para conhecerem o estabelecimento e fazerem um passeio pelos pontos turísticos de Alte», salienta Pedro Domingues.

É o caso de José Miguel, ciclista amador, que nas suas voltas a pedal matinais, pára todos os dias no café e admite que «é um bom sítio para fazer uma paragem e descansar as pernas».

«É um sítio acolhedor, no qual se pode passar um bom tempo. Um sítio obrigatório de paragem para todos os amantes do ciclismo», diz José Miguel ao Sul Informação.

O proprietário do estabelecimento realça que «muitos dos clientes com os quais já temos amizade constante sentem ligação com o espaço» e, «quando entram aqui, sentimos uma ligação com as pessoas, perguntamos o que estão a fazer, se estão bem ou mal». São também «uma ajuda quando erramos», pois «ouvimo-los e tentamos aprender para conseguirmos fazer as coisas de modo diferente e melhorar os nossos serviços».

Ao longo destes anos, Pedro Domingues confessa, com um brilho nos olhos, que «o feedback tem sido excelente e isso dá forças para termos novos projetos e novas coisas em mente».

O próximo passo, «que está a ser idealizado», é «um novo projeto de alojamento local que terá também as bicicletas e o ciclismo como temas de decoração do espaço», e que surgirá no piso superior do edifício do Germano biciArte Café.

Este novo projeto, que viu o seu processo dificultado devido à pandemia, «está pensado para abrir ainda este ano» e ser «um ponto de paragem para ciclistas ou turistas que queiram pernoitar em Alte».

Afirmando-se especialmente como «o café dos ciclistas em Alte», mas também «o de muitos turistas que por aqui passam», o Germano biciArte Café, apesar de ter «um espaço pequeno e uma grande afluência, especialmente ao fim de semana», espera continuar «a trabalhar muitos mais anos» e a ser «a casa de todos os amantes de ciclismo».

 

Fotos: Rúben Bento | Sul Informação

 

 



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