Andaluzia quer governantes a discutir alta velocidade Sevilha-Faro na Cimeira Ibérica

«A Europa aposta forte na ferrovia e nos projetos transfronteiriços e temos de aproveitar esta oportunidade única», disse Marifrán Carazo

Foto: Fabiana Saboya | Sul Informação (Arquivo)

O Governo Regional da Andaluzia quer incluir nos trabalhos da Cimeira Luso-Espanhola da próxima semana a discussão sobre o prolongamento do comboio de alta velocidade Madrid-Sevilha até Huelva e Faro, no Algarve.

A ministra regional andaluza para o Desenvolvimento, Infraestruturas e Ordenamento do Território, Marifrán Carazo, disse hoje à agência Lusa que o projeto «é estratégico para a Andaluzia e para o Algarve», havendo a necessidade de iniciar o seu estudo de viabilidade económica, para aproveitar os fundos europeus.

«A Europa aposta forte na ferrovia e nos projetos transfronteiriços e temos de aproveitar esta oportunidade única», disse Marifrán Carazo.

Segundo a responsável regional, tanto o Governo andaluz como o executivo português «já manifestaram interesse» pela continuação da alta velocidade Madrid-Sevilha até Faro, passando por Huelva, «mas até agora o Governo espanhol não se pronunciou».

«É um projeto transfronteiriço que tem de ser ponderado pela cimeira» que vai reunir os primeiros-ministros de Portugal e de Espanha, acompanhados pelos seus ministros, em Trujillo (Estremadura espanhola), em 28 de Outubro, insistiu Marifrán Carazo.

A ministra regional avançou que é necessário, em primeiro lugar, estudar a viabilidade económica do investimento a realizar e em seguida «trabalhar com celeridade para convencer a Europa sobre a sua importância”.

Carazo considera que o Governo espanhol deveria «aproveitar ao máximo a possibilidade oferecida pelos fundos europeus da “Próxima Geração”» para «apostar no caminho-de-ferro», tanto no que diz respeito ao projeto transfronteiriço como à linha ferroviária convencional Huelva-Sevilha.

O Próxima Geração UE (Next Generation em inglês) constitui uma peça central da resposta da União Europeia à crise provocada pela Covid-19 e a sua verba (750 mil milhões de euros) será distribuída aos Estados-membros de duas formas: 390 mil milhões sob a forma de subvenções (transferências a fundo perdido) e 360 mil milhões de euros sob a forma de empréstimos.

As cimeiras Luso-Espanholas reúnem os membros dos dois Governos anualmente e de forma alternada num dos dois países, tendo a última reunião tido lugar em 10 de Outubro do ano passado na Guarda, em Portugal.



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