A seca, o sol e os três tipos de pomadas

O penúltimo dia dos caminhantes, em mais uma crónica

T1 E10 – Cercal do Alentejo>Vale Seco

Hoje saímos do Solar do Alentejo, onde ficámos simpaticamente (e muito bem) instalados, no centro do Cercal, com vista para a rotunda do sobreiro, local da partida para mais 23 km, classificados como fáceis.

Começámos muito bem, à sombra e com acompanhamento de badalos e vacas a mugir. A cerca de um terço do caminho, chegámos à barragem de Campilhas e o cenário é desolador: só há uma pinga de água no fundo. Se não chover decentemente este Inverno, não sei como é que se vão aguentar.
Continuámos depois pelo meio de uns belos montados, com cortiça tirada já este ano e muitos sobreiros marcados com o número 1 (de 2021).
Depois, começou a doer mais, por causa do calor, mas vá lá que as subidas e descidas não eram muito acentuadas, ao contrário de ontem, quando, ainda por cima, as descidas tinham pedra solta e cascalho, o que dá cabo dos joelhos.
O nosso objetivo passou a ser chegar ao reabastecimento, em Vale das Éguas. Dos oito caminhantes que vimos hoje, metade eram espanhóis que, quando nos viram agarrados às sandes, deram-nos logo a informação que ali mais à frente havia dois cafés.
E aproveitámos. Lá ajudámos o comércio local e fizemos uma paragem prolongada, ao som da cor local.
Depois é que foram elas, com o sol a bater e a falta de sombras. O que nos valeu foi que estávamos bem providos de água, o que nos permitiu ir refrescando a cabeça.
No final, acabámos no meio de nenhures, à beira da estrada, mas a moça da logística já tinha à mão o telefone do táxi.
O senhor Rui, o taxista, achou logo que eu tinha sotaque…e do Algarve. Não sei como é que ele se apercebeu…
Agora fizemos figura de estrangeiros : jantar às sete e às dez já está tudo a dormir.
Isto dos quilómetros acumulados já vai pesando e um dos elementos do casal já vai precisando de três tipos de pomadas…

 

 



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