“No Jardim da Dúvida” enche a Ermida de Guadalupe de arte contemporânea

Projeto junta uma exposição de «intervenções temporárias no território» a performances

A arte contemporânea, criada por artistas com origens e percursos diversos, vai dar corpo ao projeto “No Jardim da Dúvida”, que é lançado este sábado, dia 25 de Setembro, às 16h00 e vai durar até 16 de Outubro, na Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe, em Vila do Bispo.

Esta é uma iniciativa «de carácter multidisciplinar e centrada na problematização da noção de “lugar”», com curadoria de Susana de Medeiros e Ana Celorico Machado, em colaboração com alguns dos membros que integram os colectivos 289 (Faro) e The Beekeepers (Castro Marim), segundo a Associação Cultural “O Corvo e a Raposa”, que promove a iniciativa.

Além de uma exposição de «intervenções temporárias no território», “No Jardim da Dúvida” conta com quatro performances, duas das quais decorrem logo no dia 25.

A partir das 16h30 de sábado, Jennifer Muteteli apresenta uma «peça performativa site specific, construída a partir de uma residência de 3 dias no local».

À mesma hora, a artista algarvia Manuela Caneco lança «um olhar contemporâneo sobre o mito de Ariadne», numa peça performativa «que usa a palma e o seu tecer como ponto de partida para o levantamento de dúvidas».

Jennifer Muteteli e Manuela Caneco são apenas duas das artistas residentes no Algarve, «do Barlavento ao Sotavento», que participam no projeto.

A lista integra, também, Ana Celorico Machado, Bertílio Martins, Carlos Norton, Gustavo Jesus, Milita Doré, Pedro Leitão, Tiago Batista e Susana Medeiros.

 

 

A estes criadores juntam-se Leslie Fernández e Natacha de Cortillas, duas artistas chilenas, com sede na cidade de Concepción, que desenvolveram, em ambos os casos, projetos com o colectivo Mesa8.

Estas duas convidadas vindas do hemisfério sul vão protagonizar uma performance no encerramento do projeto, a 16 de Outubro.

Nesse dia, também a partir das 16h30, Leslie Fernández e Natascha de Cortillas apresentam a ação/peça performativa participativa “De Sul a Norte – um pedido de Água”, que integra, entre outros momentos, uma leitura coletiva de “Salí a Buscar”, da poeta Silvana Ceballos Reys.

No mesmo dia e à mesma hora, decorre a quarta performance, uma instalação sonora de Carlos Norton, realizada a partir do Arquivo Sonoro Paisagístico do Algarve, em sintonia com a paisagem e as peças em exposição.

“No Jardim da Dúvida” «interpela diversas conceções sobre o que é um jardim, qual a nossa relação com a natureza e como a vemos ou apropriamos. Cruzamos, por exemplo, o pensamento da escola peripatética grega, com as ideias de F. Nietzsche, Bruno Latour, Jorge Luís Borges e Tolentino de Mendonça», descrevem os organizadores.

As propostas e desafios que serão lançados «poderão envolver sementes, frutos, raízes, canas, troncos, paus, pedras, marcos, cordas, poços, regas, enxadas, em sentido metafórico ou inversamente, criando um almanxar de ideias, conservadas pela dialética entendida no seu sentido original como caminho entre ideias».

A exposição, que estará patente no espaço exterior em redor da Ermida N. Sra. de Guadalupe, pode ser visitada gratuitamente de 25 de Setembro a 15 de Outubro, durante o horário de funcionamento do monumento, mais precisamente de terça a domingo, excepto dia 26.

Até final do mês, o horário é das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00. A partir de 1 de Outubro será das 9h00 às 13h00 e das 14h00 às 17h00.

“No Jardim da Dúvida” é o programa de Artes Plásticas da IV Edição de “Dias d’As Virgens Negras” 2021, promovida por O Corvo e a Raposa Associação Cultural e inserida no Programa do DiVaM Dinamização e Valorização dos Monumentos do Algarve, uma iniciativa da Direção Regional de Cultura do Algarve.

Os “Dias d’As Virgens Negras” são um projeto anual, que se define como uma homenagem ao local da Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe e ao culto ancestral que nela se estabeleceu, através da música e das artes plásticas.

 

 

 



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