Jorge Sampaio, antigo Presidente da República, morreu hoje aos 81 anos, no Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide, onde estava internado nos Cuidados Intensivos na sequência de dificuldades respiratórias, sentidas há cerca de duas semanas, quando estava de férias no Algarve.
Desde o seu internamento que o ex-Chefe de Estado inspirava cuidados, tendo sido transferido para aquele hospital, no dia 27 de Agosto, já entubado.
Nesse dia, o jornal Expresso revelou que Jorge Sampaio inspirava «cuidados, estando ventilado com suspeita de pneumonia, mas estável» e lembrou que o antigo Presidente da República «tem um historial clínico com problemas neurológicos, renais e cardíacos».
O pior cenário veio mesmo a confirmar-se, esta sexta-feira, dia 10 de Setembro.
Jorge Sampaio foi uma figura maior da política portuguesa, não só pelos cargos que desempenhou, mas também pelo seu percurso partidário, no Partido Socialista.
O responsável pela frase “25 de Abril Sempre!”, uma das mais utilizadas para celebrar a Revolução dos Cravos, foi secretário-geral do PS e presidiu à Câmara de Lisboa, após ter derrotado Marcelo Rebelo de Sousa nas urnas (1990-1995). Em 1996, é eleito Presidente da República, cargo que ocupou até 2006 (dois mandatos).
Foi durante a sua Presidência que Timor-Leste alcançou, finalmente, a independência, resultado para o qual muito contou o trabalho feito por Sampaio, nomeadamente uma célebre entrevista dada no seu inglês impecável. O Presidente conseguiu mobilizar o país para aquela causa, mas também garantiu a atenção internacional para Timor-Leste.
Sempre interessado pelas causas humanistas, depois de terminar os seus dois mandatos como Presidente da República, Sampaio veio a ocupar cargos internacionais de grande relevância. O então secretário-geral da ONU Ban Ki-moon nomeou-o seu enviado especial para a luta contra a tuberculose. De 2007 a 2013, Sampaio foi alto-representante da ONU para a Aliança das Civilizações.
Em 2013, sempre preocupado com as questões da educação e com o drama dos refugiados, Jorge Sampaio criou a Plataforma Global de Assistência a Estudantes Sírios, trazendo para o nosso país muitos jovens, que estudaram em universidades portuguesas, nomeadamente a do Algarve. Recentemente, o antigo Presidente da República tinha anunciado a extensão do apoio dessa Plataforma aos estudantes vindos do Afeganistão.
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