A lista do PSD encabeçada por José Macário Correia foi a mais votada para a Assembleia Municipal de Tavira, garantindo 42,74%, contra os 42,08% do PS. Ou seja, o que separou as duas candidaturas foram escassos 80 votos.
Apesar da vitória, Macário Correia, num post colocado na sua página de Facebook, já anunciou que não irá tomar posse como membro da Assembleia Municipal, cedendo o seu lugar «a outra pessoa da lista, nos termos da lei, neste caso um jovem, que terá aí uma participação ativa, experiência que eu já tive e que devo humildemente dar essa oportunidade a outros».
É que, como explica o próprio Macário Correia nessa publicação, mesmo tendo garantido o maior número de votos diretos, nunca seria eleito presidente da Assembleia Municipal. Porquê? Porque o presidente desse órgão é eleito pelos seus membros, mas também pelos presidentes das Juntas de Freguesia, que têm assento, por inerência, na AM. E, neste caso, a maioria dos lugares, contando com as freguesias, pertence aos socialistas.
«Agradeço muito reconhecidamente a vitória que os tavirenses deram à lista que encabecei para a Assembleia Municipal. Todavia, o objetivo principal da nossa equipa era ganhar a Câmara Municipal, onde apenas faltaram 123 votos. E perdemos duas freguesias (Santa Luzia e Conceição/Cabanas) por escassas dezenas de votos», explica Macário.
«O presidente da Assembleia Municipal não é eleito pela população, mas apenas pelos 27 membros da dita Assembleia, os 21 eleitos diretamente e os presidentes das Juntas de Freguesia», salienta.
«Deste modo, a vontade maioritária da população não tem o mesmo efeito na eleição a 27. Esta é uma situação que está na lei, mas que muita gente desconhece. Ou seja, pode ser presidente da Assembleia quem perde na eleição direta pela população, devido às inerências das Juntas de Freguesia», considera o social-democrata.
Ora, acrescenta ainda Macário, «eu concorri para ser presidente da Assembleia Municipal e foi essa a vontade dos eleitores, mas isso não vai acontecer, como expliquei».
Na Assembleia Municipal de Tavira, e de acordo com as regras que estão na lei há muitos anos e que, pelo menos os candidatos aos vários órgãos deverão conhecer, o PSD elegeu dez membros, o PS outros tantos e o Chega obteve um deputado municipal. Juntam-se a estes, por inerência, um presidente da Junta de Freguesia de Cachopo, eleito pelo PSD (aliás, roubando esta freguesia aos socialistas) e cinco eleitos pelo PS, em Santa Catarina da Fonte do Bispo, Tavira, Conceição e Cabanas, Santa Luzia e ainda Luz de Tavira e Santo Estêvão.
Fazendo as contas e se todos os presidentes de Junta votarem nos partidos pelos quais foram eleitos, como é previsível (já tem havido surpresas noutros concelhos…), o PS terá 15 votos e o PSD 11. Portanto, tudo indica que o próximo presidente da Assembleia Municipal de Tavira será o socialista José Manuel Guerreiro.
A eleição do presidente da Assembleia Municipal é feita normalmente logo após a cerimónia de tomada de posse de todos os novos órgãos municipais.
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