A ideia juntou, durante o primeiro confinamento, membros dos Coros do Rogil e de Odeceixe (Aljezur) ao maestro André Duarte. Cozinhas, salas de estar, quartos e antigas escolas primárias transformaram-se em estúdios de gravação e agora, mais de um ano depois, surge o disco “O Agora d’Outrora”.
Esta é uma aposta do município de Aljezur e da associação cultural “Tertúlia” e o disco já está disponível na íntegra, para ser ouvido, em várias plataformas digitais.
O disco, agora lançado, regista «a riqueza do património imaterial existente em Aljezur, onde os mais velhos são os seus fiéis depositários, onde se reúnem os cantos, os contos e a voz de quem, com a coragem de enfrentar o novo, aceita e supera novos desafios», explica a Câmara de Aljezur.
Durante esse primeiro confinamento, os membros dos Coros do Rogil e Odeceixe começaram a enviar, com a ajuda e envolvimento dos seus familiares mais jovens, mensagens de áudio por WhatsApp, com canções, ao maestro e arranjador André Duarte, também conhecido como Júnior, membro e cofundador banda de world music Terrakota.
Em sua casa, o músico teve a ideia de se dedicar à criação e gravação de instrumentais sobre a “matéria-prima” que ia recebendo.
Ao partilhar com os elementos dos coros o resultado do seu trabalho, a surpresa e felicidade demonstrada começou a «plantar a semente para algo imperativo e fundamental que era a gravação de um disco que compilasse o contributo artístico e o património cultural das gentes do concelho», começa por dizer a autarquia de Aljezur.
As captações de voz feita em cozinhas, salas de estar, quartos de dormir, antigas escolas primárias e no estúdio pessoal de André Duarte, posteriormente, foram alvo «de uma produção musical elaborada, de uma forma cuidada e com uma abordagem contemporânea nos arranjos e conceção do mesmo», explica.
O município de Aljezur abraçou então a ideia da gravação de “O Agora d’Outrora”, um disco «que segue uma narrativa de acontecimentos passados, presentes e futuros relacionados com a região e os seus costumes, contados e cantados por vários intérpretes, autores e músicos do concelho».
Esta é uma recolha e produção musical que funde o tradicional com o moderno, criando uma obra transversal a todas as gerações, que une um povo e educa uma nação.
O disco é o resultado de uma aposta do município de Aljezur e da Associação Cultural “Tertúlia”, partindo do Programa Entrelaçar, numa iniciativa criada por ambos em 2015. Promove um envelhecimento ativo e saudável através de atividades lúdicas, culturais e artísticas de caracter regular e continuado e de onde foram criados os Coros do Rogil e Odeceixe que tiveram grande relevância neste processo.
A obra conta com a participação de inúmeros músicos convidados, de diversas áreas da música portuguesa, tendo a mistura e masterização ficado a cargo de Ivan Pereira e o grafismo da capa por Celine Jacinto e Hugo Baço.
O disco pode ser ouvido na íntegra através das plataformas digitais Youtube ou Spotify.
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