Autárquicas: 2 candidatos que foram da mesma “cor” aquecem luta a 8 por Albufeira

José Carlos Rolo vai tentar manter a presidência, mas terá muita oposição, num dos casos de um antigo presidente e colega de executivo

Foto: Bárbara Caetano|Sul Informação

Duas candidaturas em tom laranja, lideradas por antigos colegas de executivo, um independente habituado a apagar fogos, um socialista à espreita e mais quatro partidos à procura do seu espaço marcam a concorrida luta pela Câmara de Albufeira nas Autárquicas 2021, que se vão disputar no dia 26.

José Carlos Rolo, o atual presidente do município, recandidata-se com o apoio da coligação Ser Albufeira, que junta PSD, CDS-PP, MPT e PPM.

O autarca social-democrata, apesar de já ter ocupado a cadeira presidencial em dois mandatos distintos, vai tentar ser eleito presidente pela primeira vez.

É que, em 2017, integrava a lista encabeçada por Carlos Silva e Sousa, que venceu o sufrágio, e começou o mandato como vice-presidente da Câmara. Em 2018, na sequência da morte súbita do à altura presidente do município, assumiu os destinos da autarquia.

Antes, em 2012, já havia subido a presidente, substituindo no cargo… Desidério Silva, um dos dois candidatos independentes nestas eleições, em Albufeira.

Há cerca de três semanas, José Carlos Rolo foi internado de urgência no hospital, devido a uma infeção pulmonar. O candidato do Ser Albufeira foi sujeito a tratamento intensivo  e chegou a estar com prognóstico reservado, mas conseguiu debelar a doença e teve alta na passada semana.

Desde então, o ainda presidente da Câmara recuperou forças e a partir de amanhã, sexta-feira, já irá estar presente em ações de campanha, apurou o Sul Informação.

Também candidato é Desidério Silva, que não só já foi eleito presidente de Câmara, no passado, como o foi por diversas vezes, nomeadamente em 2001, 2005 e 2009, sempre pelo PSD.

Desidério Silva saiu da Câmara depois de ser eleito presidente da Região de Turismo do Algarve, na reta final daquele que seria o seu terceiro e, como tal, último mandato.

Depois de seis anos como presidente da RTA, Desidério Silva não conseguiu ser reeleito para esse cargo, nas eleições para os órgãos sociais desta entidade que tiveram lugar em Maio de 2018.

Nos anos seguintes, o antigo autarca saiu de cena, tendo voltado a ser notícia em Julho de 2020, altura em que formalizou a sua desvinculação do PSD e anunciou que seria candidato independente à Câmara, em 2021.

Em Março, Desidério Silva formalizou esta promessa e apresentou o Movimento Independente Por Albufeira (MIPA), que apoia a sua candidatura.

E se esta candidatura independente já prometia baralhar as contas, a entrada em cena de outro movimento não partidário ainda veio apimentar mais as coisas.

Abel Zua, atual comandante dos Bombeiros Voluntários de Albufeira e figura bem conhecida dos albufeirenses, encabeça o movimento “Albufeira Prometida”, uma candidatura que, além da sua figura de proa, conta com outros independentes, mas também com figuras de diferentes quadrantes políticos.

O facto de haver duas candidaturas de centro-direita pode ser, em teoria, uma boa notícia para os socialistas, que voltam a apostar em Ricardo Clemente como candidato à Câmara.

O socialista ficou a mais de mil votos de Carlos Silva e Sousa nas anteriores Autárquicas, mas, ainda assim, conseguiu um melhor resultado do que o PS tinha garantido em 2013.

No entanto, o efeito provocado pelas candidaturas de Desidério Silva e Abel Zua não deixará, certamente, o PS incólume.

Quem também quererá ter uma palavra a dizer, mesmo não tendo conseguido eleger vereadores nas anteriores eleições, são o Bloco de Esquerda, a CDU e o PAN, mas também o estreante CHEGA.

O BE, a terceira força mais votada em 2017, candidata à Câmara o jovem Tomás Cavaco, licenciado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores e que trabalha como técnico superior de Automação Residencial.

Já a CDU, que ficou em 4º nas últimas eleições, neste concelho, apresenta Nelson Trindade, rececionista de hotel e sindicalista, como cabeça de lista à Câmara.

O PAN, que foi pela primeira vez a votos nas últimas autárquicas (5º lugar), volta a apresentar candidatura, encabeçada por Mónica Caldeira, uma empresária do setor turístico.

O CHEGA, por seu lado, escolheu a jurista Raquel Pereira como candidata à presidência do município.

Os mesmos oito partidos avançam com candidatos à Assembleia Municipal, que, sabe-se à partida, vai ter um presidente diferente, uma vez que Paulo Freitas, o atual detentor do cargo, não se recandidata.

Desta feita, o cabeça de lista do Ser Albufeira para este órgão será Adriano Ferrão, que agora é líder da bancada do PSD.

Os demais cabeças-de-lista são Maria Manuela Jorge (CDU), Luna Silva (CHEGA), Raul Ferreira (MIPA), Mónica Coimbra (Albufeira Prometida), o deputado à Assembleia da República Francisco de Oliveira (PS), Ana Silvestre (BE) e Hugo Aires (PAN).

Na luta pelas freguesias, a de Albufeira e Olhos d’Água, onde a presidente Indaleta Cabrita (Ser Albufeira) é recandidata, é onde há mais candidatos. Além da coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM, vão a votos Vítor Gonçalves (CDU), Luís Pereira (CHEGA), Filipa Sousa (MIPA), Paulo Fernandes (PS), Hugo Aires (PAN) e Ana Marcelino (BE).

Em Ferreiras, Jorge Carmo, do PS, é recandidato ao cargo de presidente e terá a oposição de Filipe Leonardo (CDU), José Quintino (CHEGA), Filipe Rossa (MIPA), Óscar Hilário (BE) e Cláudia Cavaco (Ser Albufeira).

Na freguesia de Paderne, também é um socialista, Miguel Coelho, que está na presidência, mas o candidato do PS será João Ruaça Cabrita, o atual secretário da autarquia. Carlos Sacramento (CDU), Maria Emília de Sousa (MIPA), Valério Brito (Ser Albufeira) e Nelson Moutinho (BE) também são candidatos à junta.

Por fim, na Guia, vai a votos o atual presidente Dinis Nascimento (PS), que há quatro anos conquistou a freguesia ao PSD, mas também Idalécio Duarte (CDU), Rui Marrachinho (MIPA), e João Manuel Vieira (Ser Albufeira).

O Albufeira Prometida não se candidata a nenhuma freguesia.

Em 2017, o PSD venceu a corrida à Câmara de Albufeira com 42,5% dos votos, elegendo quatro vereadores. O PS teve 34,5% e elegeu os restantes três vereadores.

O Bloco de Esquerda teve 5,41%, a CDU 4,73%, o PAN 3,75% e a coligação formada pelo CDS-PP/MPT/PPM 2,65% do total de votos.

Nas últimas autárquicas votaram em Albufeira 13.710 pessoas, 39,29% dos 34.896 eleitores inscritos neste concelho. A abstenção foi, dessa forma, de 60,71%.

 

 

 

 



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