Duas «tendas climatizadas com ar condicionado, do Serviço Municipal de Proteção Civil», foram instaladas, a 12 de Agosto, junto ao Lar da Raminha, em Portimão, para funcionar como zona de isolamento para os idosos afetados por um surto de Covid-19 detetado esta semana naquela estrutura, anunciou a Câmara de Portimão.
Esta zona de isolamento destina-se a dar resposta a um surto que afeta 28 utentes daquela instituição, os quais, «por determinação das autoridades competentes», precisam «de estar isolados nos próximos dias».
A Câmara de Portimão salienta que «a grande maioria dos utentes estão assintomáticos ou com ligeiros sintomas e só dois (2) necessitaram de ser hospitalizados».
A zona de isolamento instalada nas duas tendas «encontra-se dotada de todas as condições que garantem conforto aos utentes», que ali podem estar «próximos dos seus cuidadores habituais e beneficiar dos serviços da instituição».
A autarquia esclarece que, por se situar perto do Lar da Raminha, de início até foi disponibilizado o Pavilhão Desportivo da Boavista, para instalar a zona de isolamento, tendo o Centro de Apoio a Idosos «optado pela solução das tendas, face ao conforto das mesmas e à proximidade da instituição, permitindo desta forma que estes cidadãos continuem a ser acompanhados pelas equipas da instituição».
Na sua nota de esclarecimento de hoje, a autarquia acrescenta que «esta é uma situação que se encontra a ser seguida de perto pelas autoridades competentes».
O comunicado da Câmara de Portimão surge em resposta a uma nota do CDS-PP de Portimão, publicada ontem na sua página de Facebook, que dizia estranhar «que não tenha sido acionado de imediato o Hospital de Campanha do Portimão Arena»,
Os centristas punham mesmo a hipótese de o Hospital de Campanha do Portimão Arena não ter sido «novamente acionado porque esta infraestrutura vai receber o Congresso Nacional do Partido Socialista nos próximos dias 28 e 29 de Agosto, ou seja, daqui a menos de duas semanas».
«Será que nesta situação difícil para cidadãos da nossa comunidade, a Dra. Isilda Gomes dá prioridade aos interesses partidários, em detrimento das necessidades prementes da população de Portimão?», interrogava o CDS.
Bem mais comedido e, de certo modo, distanciando-se da posição dos centristas, foi o comunicado enviado na noite de ontem às redações, pela coligação «Portimão Mais Feliz», liderada pelo ex vice-presidente da Câmara Luís Carito, mas que tem como principal partido apoiante precisamente o CDS-PP.
«Vimos prestar a nossa solidariedade e preocupação para com todos os que se encontram em isolamento profilático e internados no hospital, assim como para com os seus familiares e amigos», dizia o comunicado, que acrescentava que, «na pessoa do candidato Luís Carito e todos os candidatos da coligação “Portimão Mais Feliz”, desejamos as rápidas melhoras de toda a população do Centro de Apoio a idosos infetados, com este vírus assolador».
Na sua «nota de esclarecimento», a Câmara de Portimão explica que «só se ativa um hospital de campanha quando não há hospitais disponíveis». No entanto, «como é público, existe capacidade hospitalar no país e na região para acolher doentes Covid-19». Aliás, foi o que aconteceu, já que os únicos dois idosos a precisar de internamento foram acolhidos pelo hospital de Portimão.
A autarquia acrescenta que «o Hospital de Campanha de Portimão deixou de funcionar em Fevereiro e só será reativado, queremos todos que isso não aconteça, por determinação das autoridades de saúde e da proteção civil».
Por isso, interroga a Câmara, na sua nota: «o CDS de Portimão quer que se reative um hospital com a capacidade de 100 camas para prestar assistência médica a 2 doentes que têm a assistência hospitalar garantida no hospital de Portimão?».
A autarquia portimonense acrescenta, a finalizar, que, a partir de Setembro, «o Portimão Arena vai passar a acolher o Centro de Vacinação de Portimão, de forma a libertar o Pavilhão Gimnodesportivo para a normal atividade desportiva».
Aliás, «os clubes que utilizam este equipamento já foram informados deste facto há cerca de dois meses», não sendo, portanto, uma decisão recente.
A nova localização do centro de vacinação também «já foi comunicada oficialmente ao coordenador da Task Force, tendo mesmo sido enviado o novo layout de instalação do centro de vacinação».
O Sul Informação também pediu esclarecimentos sobre este surto à Administração Regional de Saúde do Algarve, mas até agora não recebemos qualquer resposta às questões colocadas.
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