Investigadores convidam a mergulhar em busca do verme de fogo no Algarve

Plataforma NEMA promove Fotoblitz subaquático

A plataforma NEMA (Novas Espécies Marinhas do Algarve) vai promover um Fotoblitz subaquático, a partir de 14 de Agosto, em cinco locais diferentes da região. O desafio lançado pelos investigadores é encontrar e fotografar o verme de fogo nas águas algarvias.

A população de verme de fogo parece estar a aumentar no Algarve, segundo os dados recolhidos no âmbito da plataforma NEMA, coordenada por investigadores do Centro de Ciências do Mar do Algarve (CCMAR) da Universidade do Algarve.

O verme de fogo é «uma espécie de origem subtropical, do grupo dos poliquetas, e tem sido avistada na costa Sul e Oeste do Algarve, havendo registos de ocorrências desde Dezembro de 2015», explica o CCMAR.

O projeto de ciência cidadã NEMA, prossegue o centro, «pretende monitorizar a presença de espécies marinhas de outras regiões do globo no Algarve. O NEMA tem aumentado o conhecimento científico deste tipo de espécies denominadas não-indígenas, contando com a ajuda de algarvios e turistas que visitam a região».

Na edição deste ano, o NEMA vai organizar cinco FotoBlitzs subaquáticos, a partir de 14 de Agosto de 2021, com o apoio de vários centros de mergulho do Algarve.

«Um FotoBlitz não é um concurso de fotografia», explica o CCMAR, uma vez que «o grande objetivo de um FotoBlitz é documentar a biodiversidade de um dado local através de fotografia, durante um curto período de tempo».

Segundo o centro, «nas últimas duas décadas, a quantidade de espécies não-indígenas tem vindo a aumentar no Algarve. Algumas destas espécies são de origem subtropical e têm surgido nesta zona devido ao aquecimento das águas dos oceanos, num fenómeno conhecido como tropicalização».

O verme de fogo (Hermodice carunculata), «tal como o seu nome comum indica, é um animal que se for manuseado sem proteção ou cuidado provoca uma forte sensação de queimadura e dor localizada que duram vários dias».

Esta reação inflamatória acontece porque, prossegue o CCMAR, «o verme de fogo tem uma série de sedas (pêlos brancos) ao longo do corpo que injetam na pele uma toxina que provoca dor, sensação de queimadura, e inchaço. O seu manuseamento é assim extremamente desaconselhado e torna-se por isso necessário alertar a população para a sua presença uma vez que ainda é pouco conhecido em Portugal continental».

Com a realização desta iniciativa, o NEMA procura alertar a população para o perigo de contacto direto com esta espécie pouco conhecida, que irá decorrer em paralelo com uma campanha de sensibilização nas redes sociais.

Para mais informações sobre o verme de fogo, para efetuar o seu registo num FotoBlitz organizado pelo NEMA, ou pré-requisitos de mergulho, deve consultar o site do NEMA ou enviar email para: [email protected].

Aos participantes aconselha-se ainda a leitura do guião do FotoBlitz, disponível no final da página da organização.

Esta atividade insere-se também no projeto recentemente aprovado ATLAZUL, em que a Universidade do Algarve é um dos parceiros e coordenadores, e que tem como objetivo explorar as novas espécies da região para fins turísticos ou introdução na gastronomia.

 


Comentários

pub