Incêndio de Castro Marim está «descontrolado» e sem fim à vista

Presidente da Câmara dá conta de danos materiais «avultados»

Imagem de Arquivo

O incêndio que lavra desde da madrugada de hoje em Odeleite «dificilmente» será dominado durante a noite, acredita Francisco Amaral. Em declarações ao Sul Informação, o presidente da Câmara de Castro Marim, revelou que o fogo «está descontrolado» e não tem fim à vista.

«Não se prevê que esta noite se consiga apagar o fogo. O incêndio está descontrolado, é daqueles que é impossível dominar de um momento para o outro. Está imparável», afirmou há momentos o edil ao nosso jornal.

Isto porque «o vento continua muito forte, o calor é muito e a humidade é reduzida».

«À hora do almoço, estava tudo mais ou menos sob controlo. Mas, depois, os ventos fortes fizeram disparar o fogo em várias direções. Neste momento, já passou para Cacela [em Vila Real de Santo António] e para a Mata da Conceição de Tavira e já está dos dois lados da Via do Infante», disse.

A A22 esteve, de resto, encerrada ao trânsito durante horas, criando longas filas na EN125 e junto à saída de Tavira da autoestrada, como o Sul Informação testemunhou.

Neste momento, continuam muitos meios empenhados no combate às chamas. O mais recente balanço dá conta de 379 operacionais, apoiados por 129 veículos e um meio aéreo.

Este reforço de meios foi sendo feito ao longo da tarde, mas os bombeiros acabaram por se concentrar em proteger as povoações.

Até porque o fogo rondou montes da freguesia de Odeleite, obrigando a tirar pessoas das suas casas.

«Foram retiradas 20 pessoas, que estão na unidade de cuidados continuados do Azinhal. São das localidades do Marroquil, da Cortelha e de Pego dos Negros. São todas pequenas localidades, com meia dúzia de casas», revelou Francisco Amaral.

O esforço dos bombeiros evitou que ardessem casas e que houvesse danos humanos.

Já os danos materiais foram «muito avultados».

«O fogo queimou centenas de hectares. Arderam amendoeiras, alfarrobeiras, pinheiros e muitas colmeias. Houve pessoas que ficaram sem nada de um momento para o outro», disse. Houve também casas de habitação e estufas destruídas pelas chamas.

Em alguns casos, os afetados são famílias ou casais jovens, que andavam há anos a investir na agricultura, no interior do concelho.

Também houve «uma oficina na Cortelha que ficou totalmente ardida».

Ao longo da tarde, as televisões deram conta de um armazém, com máquinas e ferramentas agrícolas, tratores, que ardeu. Também foi consumida pelas chamas uma casa anexa ao armazém, viaturas, alfarroba que já estava apanhada e guardada no armazém.

Francisco Amaral deu igualmente conta de «dois acidentes com viaturas dos bombeiros» e de «um bombeiro que ficou ferido».

O incêndio deflagrou à 1h05 da madrugada de hoje, no sítio da Pernadeira, na freguesia de Castro Marim. Com o nascer do dia, os meios aéreos atacaram em força as duas frentes existentes.

Ainda assim, foi necessário evacuar três montes  e levar os seus habitantes para o Azinhal.

Este ataque musculado permitiu que o incêndio entrasse em fase de resolução às 10h20.

Mas, a meio da tarde, houve um reacendimento forte, com as chamas a espalhar-se rapidamente.

O incêndio expandiu-se e obrigou ao corte de trânsito na Via do Infante.

 

 

 



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