CHUA recebe equipamento de 1 milhão de euros e escultura como prenda de aniversário

Centro Hospitalar Universitário do Algarve celebrou na segunda-feira quatro anos desde que ganhou a valência ligada à academia

Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

Um angiógrafo biplanar, um equipamento «muito necessário» que custará um milhão de euros, e uma escultura que celebra a história da medicina, mas também os profissionais de saúde algarvios, foram as prendas que o Centro Hospitalar Universitário do Algarve recebeu no dia do seu quarto aniversário, que se celebrou na segunda-feira, dia 23.

A “festa” contou com a presença de António Lacerda Sales, secretário de Estado Adjunto e da Saúde, que, como o próprio ilustrou, fez questão de trazer consigo um “presente”.

Segundo o membro do Governo, o CHUA vai proceder à reprogramação da candidatura a fundos europeus do Programa Operacional CRESC Algarve 2020, de modo a adquirir «um equipamento tecnológico de ponta – angiógrafo biplanar – muito necessário a este hospital».

O equipamento «custará cerca de 1 milhão de euros» e a sua aquisição já em concurso público, estando previsto que o angiógrafo chegue até final de 2021.

 

Lacerda Sales – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

Esta é, segundo o CHUA, «uma resposta de vanguarda, indispensável designadamente para AVC, radiologia de intervenção, neurocirurgia, cirurgia vascular e gastrenterologia», que vai «evitar inúmeras transferências de doentes para Lisboa».

A outra prenda foi um presente interno, que foi produzido na “casa”: uma escultura feita pelo médico Francisco José, um pediatra do CHUA, que dá conta de 3 mil anos da história da medicina.

Segundo revelou durante a cerimónia de segunda-feira Horácio Guerreiro, diretor clínico do CHUA, o Conselho de Administração quis homenagear e «honrar o esforço coletivo que é feito todos os dias» pelos profissionais da casa.

Para isso, foi encomendada uma peça ao médico Francisco José, «que apresentou uma obra que tem a ver com a história da medicina e a evolução da medicina ao longo dos tempos, porque ele entendeu que esta homenagem e este esforço não é apenas na época Covid, mas também fora da época dela».

 

Horácio Guerreiro – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

«Ele apresenta-nos ali uma obra que vale a pena ver e que, sobretudo, é um símbolo para nós, do empenho dos profissionais e da nossa vontade de fazer mais e melhor e ultrapassar as dificuldades que vamos enfrentando», resumiu Horácio Guerreiro.

Lançado o desafio, a peça foi surgindo «nos bocadinhos livres» que Francisco José tem.

«Eu elaborei uma peça que as pessoas pudessem ler, andando à volta, como é que chegámos até aqui e o que se passou até chegarmos a esta verdadeira medicina, chamada medicina científica, que hoje praticamos», disse ao Sul Informação Francisco José.

Assim, a obra está dividida em duas partes. Uma coluna cilíndrica, onde as pessoas podem ler sobre passagens importantes da história da medicina, e, por cima deste elemento, uma plataforma onde há pequenas esculturas representativas de momentos chave.

 

Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

«Achei que sem a mulher a parir, não havia gente e a parte da frente da peça traduz isso. Há uma mulher de cócoras, que é a posição do parto normal», explicou o médico e escultor.

Também num lugar de destaque, está uma representação de um feiticeiro, que lembra os «sacerdotes que até criavam os seus próprios templos e as pessoas iam lá, às benzeduras, às rezas, aos sacrifícios, etc».

Num plano intermédio, estão diversas personalidades e figuras, desde logo Hipócrates, mas também «o médico da peste negra, o Robert Koch que descobriu o bacilo de Koch e um verdadeiro médico a auscultar um doente».

Por fim, estão representados na peça dois profissionais de saúde do CHUA, «com um doente que acabou de sair dos cuidados intensivos, onde esteve com coronavírus, abraçado a um médico e a um enfermeiro».

 

Francisco José – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

Foi «todo o trabalho e empenho» dos profissionais de saúde dos hospitais do Algarve, principalmente durante a pandemia, que se procurou homenagear, na segunda-feira.

«O Centro Hospitalar Universitário do Algarve é uma das unidades de referência do Serviço Nacional de Saúde, que se destaca pelas suas capacidades técnicas e humanas, pela sua capacidade de adaptação e reorganização, pela qualidade dos serviços e que se destaca também pela atenção devida que dá aos 16 concelhos que serve. Esta instituição deu e continua a dar uma resposta notável à pandemia Covid-19 que não se confinou às necessidades locais», ilustrou Lacerda Sales.

«Hoje homenageamos todos aqueles que têm feito este caminho de sacrifício e resiliência e todos aqueles que têm sabido esperar e acreditar que a vida dos outros é a nossa principal missão. Esta homenagem simboliza a força e a união de uma instituição que já demonstrou que juntos seremos sempre mais fortes», reforçou Ana Varges Gomes, presidente do Conselho de Administração do CHUA, que não pode estar na cerimónia, mas deixou uma mensagem em vídeo.

 

Fotos: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

 

 



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