Agosto, o mês em que a Terra passa perto da órbita de um cometa

Tem lugar a famosa chuva de estrelas perseidas

A conjunção superior de Mercúrio, i.e., a presença deste planeta para além da posição do Sol na constelação do Caranguejo, marca o início deste mês.

No entanto, Mercúrio não permanecerá aí durante todo o mês. De facto, na madrugada de dia 19, este planeta será visto um décimo de grau abaixo de Marte, o planeta que, por estes dias, se situa ligeiramente à esquerda de Régulo, o coração da constelação do Leão.

No segundo dia do mês, Saturno apresentar-se-á em oposição (i.e., na direção oposta à do Sol) e, portanto, mostrar-nos-á a sua face completamente iluminada. Pelo mesmo motivo, nesta altura Saturno encontra-se mais próximo de nós.

Dia 8, terá lugar a Lua Nova, não sendo possível observá-la por encontrar-se numa direção muito próxima da do Sol. Já entre os dias 10 e 11, iremos assistir à sua passagem junto aos planetas Marte e Vénus.

Céu a oeste ao início da noite de dia 2. Igualmente à visível a posição da Lua no dia 10 e dos planetas Mercúrio, Vénus e Marte no dia 18.

Por estes dias, o nosso planeta está a passar perto da órbita do cometa 109P/Swift-Tuttle, colisionando com algumas poeiras e pequenas rochas que este cometa foi largando ao longo do seu percurso.

A queda destes meteoros no nosso planeta dá origem à famosa chuva de estrelas perseidas (ou perséiades) as quais embora possam ser vistas noutras direções, parecem surgir da região do céu donde se situa a constelação de Perseu. Esta é uma das chuvas de estrelas mais intensas do ano, podendo chegar à centena e meia de meteoros por hora no período de maior atividade (este ano, entre as madrugadas de dias 11 e 13).

No entanto, com a proliferação de fontes de poluição luminosa cada vez mais estes números tendem a ser mais a exceção do que a regra.

 

Céu a norte pela 1 hora da madrugada de dia 30, onde é visível o radiante da chuva de estrelas perseidas e outros objetos celestes de interesse.

Na tarde de dia 15, terá lugar o quarto crescente ,junto à constelação da Balança, e um dia depois já se terá aproximado de Antares, uma estrela gigante avermelhada na constelação do Escorpião.

À meia-noite de dia 20, será a vez do planeta Júpiter estar em oposição, e, ao final desse mesmo dia, iremos encontrar a Lua quatro graus abaixo de Saturno. Dois dias depois, terá lugar a Lua cheia, que, por ocorrer sempre na direção contrária à do Sol, significará que iremos encontrá-la ao pé de Júpiter.

No penúltimo dia do mês, terá lugar o quarto minguante, que irá coincidir com a chegada da Lua ao seu apogeu (ponto da órbita mais afastado da Terra).

Boas observações!

 

Autor: Fernando J. G. Pinheiro (CITEUC e FCTUC)

 

 

 



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