Profissionais de saúde do Algarve sem férias ainda «não está em cima da mesa»

«É evidente que, se os números subirem muito, se se tiver de parar com atividade assistencial programada, poderá ter de se tomar essa decisão, mas, para já, não está em cima da mesa», disse o secretário de Estado

O sacrifício das férias, por parte dos profissionais de saúde do Algarve, é uma questão que «ainda não está em cima da mesa», garantiu esta sexta-feira, 2 de Julho, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, à margem de uma iniciativa em Quarteira. 

Questionado pelos jornalistas, António Lacerda Sales explicou que, apesar de o Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) ter «conversado com os profissionais, neste momento, a questão ainda não se põe».

Segundo os dados de ontem, a que o Sul Informação teve acesso, há 48 pessoas internadas nos hospitais do Algarve, 12 delas em cuidados intensivos.

«É evidente que, se os números subirem muito, se se tiver de parar com atividade assistencial programada, poderá ter de se tomar essa decisão, mas, para já, não está em cima da mesa», disse.

Na opinião do secretário de Estado, «enquanto houver atividade assistencial normal programada, não se deve mexer nas férias dos profissionais», alertando, ainda, que, «como é evidente, não conhecemos a evolução epidemiológica».

Num momento em que voltou a haver um acréscimo de casos de Covid-19, António Lacerda Sales considerou que a melhor «estratégia é, cada um de nós, olhar para a nossa consciência individual e coletiva», além de uma aposta «na vacinação».

Na região, disse o governante, a vacinação «vai acompanhado o resto do país».

«Ainda esta semana, houve um reforço de vacinas para o Algarve de 7 mil vacinas, o que significa que, neste momento, há capacidade, há recursos humanos, há vacinas e é importante passar esta mensagem».

Certo é que ainda ontem, oito associações ligadas ao turismo, comércio e serviços se juntaram para propor novas medidas específicas para o Algarve.

Quanto a isto, o secretário de Estado da Saúde remeteu para os dados «da matriz de risco» e para o facto de «termos uma unidade nacional».

«É evidente que depois temos outros indicadores, como a pressão sobre os cuidados de saúde, as taxas de vacinação, as variantes que monitorizamos diariamente e que são importantes para tomarmos decisões políticas. A política não deve interferir na ciência, mas também não deve ficar refém das análises científicas. São tempos diferentes, que muitas vezes se complementam, mas é preciso perceber esta dicotomia», considerou.

Por enquanto, ainda estamos longe das linhas vermelhas, «mas temos de perceber que, estando numa tendência crescente, isso pode trazer preocupação», concluiu.

 

 



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