Frente Sul do incêndio dirige-se para «áreas povoadas» mais «vulneráveis»

Fogo tem duas frentes

Foto: HF | Sul Informação

O incêndio que hoje começou, por volta da hora do almoço, na fronteira entre os concelhos de Monchique e de Portimão tem duas frentes, sendo que uma delas, a mais preocupante, se dirige para «áreas povoadas» mais «vulneráveis», acaba de dizer Richard Marques, Comandante Operacional Distrital do Algarve, na conferência de imprensa destinada a fazer o ponto da situação.

Aquele responsável acrescentou que, além das «cerca de 30 pessoas» que foram retiradas, a meio da tarde, de um lar de idosos não licenciado e de «duas ou três casas» no sítio da Pereira, freguesia da Mexilhoeira Grande (Portimão), com o apoio da GNR estão igualmente a ser retirados habitantes nas localidades de Vidigal Velho, Alcalar e Arão, para onde se presume que o fogo possa evoluir.

Quanto à segunda frente, «que evolui para Norte/Oeste», em direção à serra de Monchique, Richard Marques garantiu que, para já, não deverá afetar «pontos sensíveis», ou seja, zonas com «habitações ou pessoas». Neste caso, explicou, o vento é contrário à evolução das chamas, o que pode ser uma ajuda.

O Comandante Operacional Distrital sublinhou a importância da rede de faixas de gestão de combustíveis, que «permitiu retardar» o avanço das chamas na zona próxima do Autódromo do Algarve, e ainda para a ação das máquinas de rastos. Já há seis máquinas de rastos a operar no terreno, e «mais foram mobilizadas».

De resto, quanto a meios, até ao pôr-do-sol continuam a operar sete meios aéreos – quatro aviões e três helicópteros -, que estão dispersos pela vasta área afetada pelas duas frentes de fogo..

Há ainda 317 operacionais, apoiados por 97 veículos, de várias corporações de bombeiros de todo o Algarve (e não só), mas também sapadores florestais e o corpo especial da GNR.

Foto: HF | Sul Informação

Richard Marques adiantou que nem os animais, nomeadamente os de companhia, foram esquecidos. «A médica veterinária de Monchique e o médico veterinário de Portimão, com o apoio da GNR», estão no terreno a coordenar as operações de resgate e deslocação dos animais.

As pessoas retiradas das suas casas e do lar da Pereira foram transportadas para o Portimão Arena, que funciona como Zona de Apoio à População.

O Comandante Operacional Distrital sublinhou que o fogo tem consumido sobretudo eucaliptal, obrigando a uma «grande dispersão dos meios». No entanto, foi feito o «reforço imediato de meios e recursos no ataque inicial, tendo em conta o comportamento errático que o fogo assumiu».

O principal adversário tem sido o vento, com intensificações súbitas e frequentes mudanças de direção.

O incêndio começou pelas 13h26, no sítio do Tojeiro, Marmelete, na serra de Monchique. O fumo já se espalhou ao longo de dezenas de quilómetros, com o céu parcialmente tapado em todo o litoral desde Lagos a Albufeira. Têm caído cinzas e folhas de eucalipto ainda incandescentes a dezenas de quilómetros do fogo.

 

Fotos: HF | Sul Informação

 



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