Covid-19: Profissionais de saúde algarvios podem ter de sacrificar férias

Jorge Botelho confessou que ficou surpreendido com a decisão de fechar escolas em cinco concelhos

Os profissionais de saúde do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) poderão ter de sacrificar as férias «em função de uma resposta atempada para controlar a pandemia», revelou Jorge Botelho, coordenador regional do combate à Covid-19, numa entrevista ao jornal Público e Rádio Renascença, na qual também confessou ter sido surpreendido pelo fecho das escolas em cinco concelhos. 

Segundo Jorge Botelho, essa limitação ao gozo das férias foi admitida numa conversa que teve com Ana Castro, presidente do Conselho de Administração do CHUA, tendo por base o crescimento de casos de Covid-19 na região (só ontem, foram 254).

«Hoje mesmo a presidente do Conselho de Administração disse-me que estavam a programar as coisas e a fazer tudo para tentar evitar prejudicar a atividade normal e já falava que, se calhar, os profissionais de saúde vão ter que sacrificar férias a que têm plenamente direito em função de uma resposta atempada para controlar a pandemia», disse o secretário de Estado, que é coordenador da pandemia no Algarve, nesta entrevista publicada hoje.

Questionado sobre o fecho das escolas dos 1º e 2º ciclos, em Albufeira, Loulé, Faro, Olhão e São Brás de Alportel, que começou esta segunda-feira, dia 28 de Junho, Jorge Botelho confessou que ficou surpreendido com a decisão.

«Apanhou de surpresa o coordenador regional. E apanhou de surpresa os autarcas e sabemos que foi uma decisão da saúde pública regional, que articulou seguramente com a saúde pública nacional – porque sabemos o grau de autonomia e independência que a DGS tem, e ainda bem. A informação que tenho e comprovo, pela reunião que tive com eles ontem, é que os autarcas envolvidos não souberam antecipadamente da medida, souberam ao fim da tarde de domingo bem como eu soube ao fim da tarde de domingo, por isso, digamos foi uma certa surpresa. Percebo perfeitamente o mal-estar e acho até que é justificado», disse.

Quanto à vacinação, Jorge Botelho admite que «temos tido alguns problemas e o atraso do Algarve não é por acaso».

«Nos centros de vacinação, estamos a vacinar menos do que a capacidade. Isso depende da organização do trabalho e das vacinas existentes. A organização do trabalho está a ser primordialmente da parte da manhã e estamos a ter muitas faltas à vacinação. Falámos com a task force, reforçamos o agendamento central. Neste momento, embora não estejamos na capacidade máxima, estamos a vacinar mais», considerou.

«Os centros de vacinação têm os profissionais de saúde que são necessários. Temos é que ter um agendamento central superior, um overbooking para colmatar uma ou outra falha na vacinação porque há pessoas que estão a faltar à vacinação. A abertura para os maiores de 18 anos é uma boa notícia porque temos que aumentar as pessoas notificadas para serem vacinadas. Também temos muitos casos de pessoas que vão à primeira vacina e faltam à segunda ou porque acham que já estão bem ou porque pedem para reprogramar», acrescentou.

Por fim, o secretário de Estado explicou não ser «partidário» de medidas como a limitação de entradas e saídas de regiões, como já aconteceu em Lisboa.

«Não sou defensor desse tipo de medidas. Acho que isto é mais pela supervisão das autoridades, acho que não temos uma situação de descalabro na região, temos uma situação preocupante, mas não de descalabro», considerou.

Esta quinta-feira, 1 de Julho, é dia de Conselho de Ministros, de onde sairão novidades, nomeadamente devido às incidências concelho a concelho.

 

 



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