Comerciantes de Albufeira lançam «pedido de socorro» porque se sentem «S.Ó.S»

«Se nada for feito, vamos ter uma hecatombe de emprego»

Manifestação dos comerciantes e empresários de Albufeira, no sábado passado

É «quase um pedido de socorro» dos comerciantes que se sentem abandonados. A Associação Comercial de Albufeira lançou a petição “S.Ó.S Albufeira” que pede um plano específico de apoio ao Algarve e a reanálise dos critérios de avaliação para a aplicação do nível de risco de transmissão de Covid-19. Este sábado, 10 de Julho, já houve uma manifestação que juntou 600 pessoas e mais ações de sensibilização se seguirão. 

Sérgio Brito, presidente da Associação Comercial de Albufeira, explicou ao Sul Informação que a ideia desta petição «surgiu no âmbito do nosso trabalho enquanto entidade associativa».

«Estamos a fazer quase um pedido de socorro. Sentimo-nos sós e, simbolicamente, com este nome (S.Ó.S), queremos mostrar isso», acrescentou.

Devido à pandemia, que eclodiu em Março de 2020, o ano passado já foi de dificuldade para os comerciantes.

«Houve os gastos normais, contratação de pessoal, stocks e agora, este ano, vamos voltar a trabalhar abaixo das expetativas», relatou Sérgio Brito.

Segundo este responsável, à Associação Comercial de Albufeira têm chegado «relatos de pessoas que não vão conseguir aguentar mais, com quebras de 90 a 95%» nos seus negócios.

«Se nada for feito, vamos ter uma hecatombe de emprego». Aliás, os sucessivos dados do IEFP sobre o desemprego atestam que Albufeira é, precisamente, o concelho algarvio onde a situação é mais grave, como o Sul Informação tem noticiado todos os meses.

 

Sérgio Brito, presidente da Associação Comercial de Albufeira

 

É com este cenário «de emergência» que esta associação tem quatro grandes pedidos: a reanálise dos critérios de avaliação para a aplicação do nível de risco, a alteração do horário de funcionamento no comércio, restauração e bebidas, a ampliação do período de moratórias para particulares e empresas de todos os setores da região até Abril de 2022 e a elaboração de um plano específico para o Algarve.

Este último foi anunciado, no ano passado, pelo ministro da Economia, mas a sua «concretização prática ainda não é conhecida», explicou Sérgio Brito.

Mesmo o mês de Agosto, que poderá ter mais movimento devido ao turismo nacional, não será «nenhuma salvação» para os comerciantes de um dos principais destinos turísticos do Algarve.

Também José Carlos Rolo, presidente da Câmara de Albufeira, já se manifestou solidário com as reivindicações deste movimento, destacando que as empresas e os empresários têm de ser defendidos e apoiados porque «são o pilar da economia e das famílias de qualquer concelho».

«Da atividade empresarial dependem, para viver, um enorme número de trabalhadores e as suas famílias, que estão atualmente a atravessar grandes dificuldades ao nível da sua própria subsistência. Esta situação imprevista e de fim imprevisível requer que as entidades responsáveis governamentais tomem nota da situação real e que, conforme prometeram, disponibilizem apoio às empresas e às famílias que dele necessitem», concluiu.

 

 

 



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