Cidadãos ajudam a salvar vidas com nova Rede de Desfibrilhadores de Loulé

Secretário de Estado da Saúde veio a Quarteira e elogiou a iniciativa

Foto: Pedro Lemos|Sul Informação

É um projeto feito «para e com as pessoas» que vai ajudar a salvar vidas. A Rede Concelhia de Desfibrilhadores Automáticos de Loulé já está operacional, com 61 aparelhos, distribuídos por vários locais do concelho. A iniciativa tem a particularidade de envolver os cidadãos na assistência a quem sofrer uma paragem cardíaca e, por agora, 1600 pessoas já receberam formação. Mais se seguirão.

Esta rede envolve a utilização de um sistema piloto que funciona assim: depois do alerta, o INEM ativará, com acesso a dados de geolocalização, uma das pessoas que recebeu formação para poder socorrer a vítima.

O INEM, devido a este sistema inovador, terá acesso ao sítio exato onde foi a ocorrência e onde estão o desfibrilhador e o cidadão, com formação, mais próximos.

«Neste casos, a rapidez é uma das chaves do sucesso. O queremos é pôr pessoas da população a dar este apoio. Digamos que esta é uma rede pré, pré hospitalar porque atua ainda antes da chegada da viatura do INEM», explicou Nuno Marques aos jornalistas, na inauguração desta rede, esta sexta-feira, 2 de Julho, em Quarteira, uma sessão que contou com a presença do secretário de Estado Adjunto e da Saúde.

 

 

No Estádio Municipal desta cidade está um dos 61 desfibrilhadores automáticos externos (DAE) do concelho que também se encontram nos edifícios camarários, juntas de freguesia, recintos desportivos, salas de espetáculos, entre outros espaços públicos.

Também todas as viaturas da Proteção Civil, dos Bombeiros e da GNR estão já equipadas com estes equipamentos.

Até ao momento, já receberam formação por parte do INEM mais de 1600 pessoas. Numa segunda fase, pretende-se aumentar para 180 os equipamentos existentes e para 3000 os cidadãos que tenham capacidade de operar os dispositivos.

Para Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé, este é um ««projeto extremamente importante, pela sua dimensão, e porque, na sua génese, está a assistência a qualquer cidadão que, de um momento para o outro, possa sofrer uma paragem cardíaca».

«A característica inovadora deste projeto é a presença do cidadão comum que recebe formação por parte das autoridades. Isto significa a comunidade a cuidar dela própria e isso é de uma inovação extraordinária», acrescentou.

É que, como explicou Nuno Marques, presidente do ABC, neste casos, um minuto a mais – ou a menos – pode ser a diferença entre a vida e a morte, como recentemente se viu com Christian Eriksen, jogador da Dinamarca que teve uma paragem cardíaca num jogo do Europeu de futebol e que sobreviveu devido à rápida atuação.

 

 

Segundo este responsável, só no Algarve, em 2019, houve mais de 1100 ocorrências ligadas a paragens cardíacas. Uma vez que em todo o mundo a taxa de sucesso é baixa, a solução poderá passar mesmo pela criação desta «rede, já que os 8 minutos seguintes são decisivos para que a vítima se salve, sem qualquer sequela neurológica».

«Sabemos que estamos a ativar pessoas devidamente habilitadas para estarem a fazer o suporte básico de vida e a utilizar os desfibrilhadores automáticos. Enquanto a viatura do INEM vai a caminho estamos a pôr outras pessoas da população num ato de cidadania a ajudar uma vítima que teve uma ocorrência e que pode ser qualquer um de nós», disse ainda.

Presente nesta cerimónia, António Lacerda Sales, secretário de Estado Adjunto e da Saúde, disse que este projeto é «mais um excelente exemplo do indiscutível trabalho intersectorial», uma vez que envolve autarquia de Loulé, ABC e INEM.

 

Fotos: Pedro Lemos | Sul Informação

 

 

 



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