Castro Marim acusa ARS de «despedir» o delegado de saúde local por razões políticas

Câmara fala em «baixa política» e «perseguição pessoal»

Testes em Massa à Covid-19 em Castro Marim – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

A Câmara de Castro Marim repudiou esta sexta-feira a não renovação da comissão de serviço do «muito competente» delegado de saúde local, uma decisão da Administração Regional de Saúde do Algarve que, diz aquela autarquia, «só se justifica na baixa política e na perseguição pessoal».

A Câmara queixa-se de não ter sido ouvida, apesar de se estar «em plena pandemia e num concelho em risco elevado», defendendo que a decisão de «despedir» um médico que se tem «revelado muito competente, preocupado, ativo e disponível, nomeadamente no combate à Covid-19», é, «no mínimo, infeliz e inoportuna».

A executivo camarário social-democrata de Castro Marim vai mais longe e diz que, «pelos vistos, não ser yes man, ser competente e ter uma boa relação com uma Câmara não socialista, é condição para ser demitido de um cargo».

Acusações a que a ARS, contactada pelo Sul Informação, não quis responder, uma vez que «não comenta este tipo de comunicados».

Ainda assim, esta entidade salientou que «as renovações ou não de comissões de serviço são processos internos normais, realizadas de acordo com o Decreto-lei 82/2009, republicado pelo Decreto-Lei 135/2013 que estabelece o regime jurídico da designação, competência e funcionamento das entidades que exercem o poder de autoridades de saúde».

Quanto ao facto de se estar a enfrentar uma pandemia, as substituições «não colocam em causa o trabalho que está a ser desenvolvido no terreno pelas equipas de Saúde Pública da região e, neste caso, do ACeS Sotavento, no combate à pandemia».

O município de Castro Marim diz ter dado conhecimento da situação à ministra da Saúde «para reverter esta decisão».

Em Fevereiro, as Câmara de Castro Marim e Vila Real de Santo António já haviam acusado a ARS de ter recusado a sua ajuda no rastreamento de contactos, numa altura em que estes dois concelhos estavam a ser fortemente afetados pela Covid-19.

No entanto, a Autoridade de Saúde Regional alegou que “nunca houve atrasos” no seguimento dos casos de pessoas infetadas, justificando desta forma a recusa em aceitar ajuda.

Na mesma altura, Castro Marim avançou com a testagem em massa da população, processo que teve o apoio do delegado de saúde local, mas não da ARS do Algarve.

Esta colaboração será um exemplo da «boa relação» a que o executivo do PSD se refere, nas críticas que dirige à ARS.

 
 

 
 



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