Artesãos de Loulé ensinam jovens criativos europeus a trabalhar metal

Alunos exploraram as técnicas da filigrana, cobre martelado, cinzelagem e trabalhos em metal

São 10 os jovens criativos europeus que terminam esta sexta-feira, 23 de Julho, a aprendizagem e experimentação de técnicas artesanais na cidade louletana, através do programa Summer School da Michelangelo Foundation, este ano subordinado à temática “Metal in Loulé”. 

O programa promove a transmissão de conhecimentos entre gerações, tendo esta formação «permitido aos alunos experimentarem técnicas ancestrais no âmbito do metal em Portugal, sob a orientação de mestres artesãos, promovendo uma troca criativa entre as perspetivas de design mais recentes e o saber fazer tradicional», diz o município de Loulé.

Os dez alunos participantes foram selecionados na sequência de um concurso aberto e são de nove países europeus: Bélgica, Bulgária, França, Itália, Letónia, Polónia, Portugal, Eslováquia e Espanha.

Os primeiros dois dias do curso decorreram nas oficinas da Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva, em Lisboa, descobrindo as três técnicas de fundição e latoaria. Os alunos viajaram depois para o espaço do Loulé Criativo, no Palácio Gama Lobo, para explorar as técnicas da filigrana, cobre martelado, cinzelagem e trabalhos em metal.

Nesta última semana da formação, os alunos tiveram a oportunidade de se especializarem numa técnica específica e, depois, de realizarem um trabalho para dar vida a novos objetos.

 

 

A técnica de cinzelagem foi ensinada por Beatriz Canha, o trabalho em metal por Luis Figueiredo, a latoaria por Ivo Ferreira, o cobre martelado por Analide Carmo, Jürgen Cramer e José Luís, e a filigrana por Conceição Neves.

Quanto aos supervisores do processo, juntaram-se os mentores de design Henrique Ralheta e Fatima Durkee com o designer convidado Sam Baron.

«O curso ofereceu uma oportunidade inestimável para uma geração mais jovem descobrir e aprender técnicas ancestrais, proporcionando simultaneamente a possibilidade de os mestres artesãos conhecerem novas visões, perspetivas e ideias de design. Esta troca criativa e colaborativa ocorreu através da criação de objetos em conjunto, produzidos pelos alunos e os mestres artesãos, feitos à mão, com os seguintes temas em mente: tempo, valor, resiliência e sustentabilidade material», explica a autarquia louletana.

O curso deste ano resulta de uma parceria da Michelangelo Foundation com a Câmara Municipal de Loulé, a Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva e a Passa Ao Futuro, com o apoio da Altermind.

 

 

O programa Summer School é uma das iniciativas educacionais da Fundação Michelangelo, que visa «financiar e envolver uma geração de jovens criativos com talento, criando oportunidades para estudar ofícios tradicionais muitas vezes em perigo de extinção por não estarem incluídas na formação do ensino regular».

Ao identificar áreas de necessidade, o impacto é profundo, contribuindo para o alargando dos horizontes de designers e artesãos emergentes, assegurando a transmissão vital de competências técnicas e introduzindo inovação nas atividades de ofícios tradicionais através de encontros colaborativos.

«Esta abordagem circular destina-se a impulsionar a mudança, dando novo fôlego a estas atividades ancestrais e inspirando a próxima geração de criadores e designers a concretizarem o seu potencial como futuros participantes nos projetos da fundação e como precursores nas suas respetivas áreas», acrescenta.

 

 

A Michelangelo Foundation for Creativity and Craftsmanship, assim como a Câmara Municipal de Loulé, acreditam num «futuro que valoriza a mestria artesanal e coloca a mão humana no centro da produção».

Desde 2015 que a Câmara Municipal é responsável pelo projeto Loulé Criativo, que tem o objetivo de conjugar o conhecimento sobre artesanato tradicional com a inovação, através de processos de produção e design de produtos com vista a impulsionar a economia local e inspirar mudanças internacionais.

 



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