«Variante mais transmissível» pode estar na origem da subida de casos de Covid-19 no Algarve

Região está com uma taxa de incidência de 107 casos por 100 mil habitantes

Foto: Nuno Costa|Sul Informação

O Algarve «não tem tido grandes surtos» de Covid-19, mas o número de casos disparou nos últimos dias e Ana Cristina Guerreiro, delegada regional de Saúde, admite que isso se possa dever à variante Delta. Apesar de ainda não haver essa confirmação, as autoridades de saúde regionais enviaram 100 amostras para o Instituto de Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge e aguardam os resultados das análises.

De acordo com os últimos dados, revelados esta sexta-feira, depois de dias com 90 e 72 casos de Covid-19, houve mais 92 infeções.

Atualmente, a região está com uma taxa de incidência de 107 casos por 100 mil habitantes, o que «preocupa».

Esta subida brusca surge depois de um período de duas semanas em que a região apresentou um número médio de 26 casos por dia.

Ana Cristina Guerreiro adiantou que, atualmente, na região não há grandes surtos. Um dos maiores, detetado no Lar de Idosos da Torre de Natal, em Faro, conta com 21 casos ativos, muitos deles em pessoas que já foram vacinadas.

«Este lar tem 54 residentes e 27 profissionais. Há 15 residentes positivos e seis funcionários. Desses seis, quatro não estavam vacinados por opção. E dos 15 residentes positivos, apenas dois não estavam vacinados», revelou a responsável.

Este surto já levou ao internamento de duas pessoas.

Segundo Ana Cristina Guerreiro, nesta situação, «o que surpreende é o número tão grande de casos positivos em pessoas vacinadas. Por isso, já enviámos amostras para tentar perceber a variante envolvida».

E a variante poderá ser a Delta? «Até agora, segundo os dados do INSA, há três semanas, foram detetados no Algarve três casos com essa variante. Mas fizemos o estudo e eram casos ligados que não criaram casos secundários. Nas semanas seguintes, não surgiu mais nenhum caso no Algarve».

Mas agora, as suspeitas levaram ao envio de «100 amostras, umas aleatoriamente e outras a nosso pedido, nomeadamente do caso do lar», adiantou Ana Cristina Guerreiro.

Questionada sobre se o aumento de casos se pode dever aos turistas britânicos que começaram a chegar ao Algarve em meados de Maio, a delegada de saúde diz que é difícil «estabelecer uma relação direta, daquilo que sei dos surtos», até porque «a região abriu a 17 de Maio e os casos dispararam a 15 de Junho. Por isso, pomos a hipótese de se tratar de uma variante mais transmissível», reforçou.

Sobre a pressão nos hospitais, Ana Cristina Guerreiro disse que há 18 pessoas internadas na região, quatro delas nos cuidados intensivos.

Paulo Morgado, presidente da Administração Regional de Saúde, por seu lado, adiantou que entre os doentes a precisar de cuidados hospitalares 10 estão no Hospital de Faro e 4 no de Portimão.

 

 



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