Sensibilizar para a problemática do lixo marinho e divulgar o projeto europeu CleanAtlantic, que em Portugal deu origem ao programa “Pesca por um mar sem lixo”, é o objetivo de notícias de jornal escritas por alunos do Agrupamento de Escolas João da Rosa, em Olhão.
O agrupamento olhanense, o primeiro do Algarve a aderir ao projeto Escola Azul, foi convidado, há dois anos, para integrar o CleanAtlantic, «um projeto europeu que se desenvolve em algumas cidades piscatórias portuguesas (também existe em outros países) e que tem por objetivo principal sensibilizar a comunidade piscatória local a participar no programa “Pesca por um mar sem lixo”, da Docapesca», explica o professor Nuno Magalhães, coordenador do Escola Azul no João da Rosa.
Num primeiro momento, recorda o docente, estavam previstas iniciativas que «se iniciavam com a monitorização, por parte dos alunos envolvidos, do lixo na escola e do lixo marinho numa área costeira».
«Essas ações foram desenvolvidas no início do ano letivo 2019/2020. Em seguida deveríamos ter iniciado uma série de atividades que envolviam contacto direto com a comunidade piscatória, que infelizmente tiveram de ser canceladas e reformuladas por causa da pandemia», acrescenta Nuno Magalhães.
Este ano letivo, o projeto foi retomado, com alterações às ações que envolvem a comunidade piscatória, «de forma a poder fazê-las com toda a segurança».
Foi nesse âmbito que alunos do 2º ciclo do Agrupamento João da Rosa foram desafiados a escrever notícias.
No final, destacaram-se os trabalhos de três alunos, que o Sul Informação lhe dá a conhecer.
A Pesca por um Mar Sem Lixo
Artigo de Gabriel Duarte – 6ºA
O projeto “A Pesca por um Mar Sem Lixo” começou em 2016 e está incluído no projeto CleanAtlantic. Foi criado com o objetivo de limpar os resíduos sólidos dos mares. Já abrange 17 portos da Docapesca em Portugal, incluindo o de Olhão, e está prevista a sua expansão a nível nacional e internacional.
Utilizando sacos e/ou contentores conseguidos com o apoio do Estado, os pescadores armazenam o lixo que retiram do mar, que vem preso nas redes e que lhes prejudica a atividade piscatória, ao mesmo tempo que destrói os habitats e mata os seres marinhos.
Chegados a terra, separam o lixo e colocam-no nos ecopontos, cuja localização é definida em reuniões com representantes da Docapesca, com as associações pesqueiras e com os pescadores. Os resíduos serão depois recolhidos para serem reciclados.
Para uma melhor monitorização da quantidade de lixo capturada, está também a ser desenvolvida uma aplicação para smartphone que vai permitir a contabilização automática dos tipos de resíduos e a localização dos locais onde foi feita a recolha no mar.
Desta forma, com a colaboração dos pescadores, têm-se conseguido bons resultados com vista à preservação dos oceanos.
Ajudem os oceanos
Cristiano Morais – 6ºA
O CleanAtlantic surgiu quando o presidente de uma associação de pesca desafiou os pescadores a resolver o problema do lixo marinho. Este projeto português é divulgado nas redes sociais, em palestras, nas juntas de freguesia. Mais recentemente, uma aplicação está a ser desenvolvida para melhorar o projeto.
Os maiores obstáculos que o CleanAtlantic enfrenta, hoje em dia, são o fechar da economia circular e a gestão de resíduos.
Atualmente, o projeto está presente em cinco países, incluindo Portugal, onde começou em 2017. Teve o seu início e expandiu-se gradualmente no concelho de Peniche e, mais tarde, para outras regiões de Norte a Sul de Portugal, como Olhão, Nazaré, Setúbal, Quarteira e Aveiro. Pretende atingir todas as regiões de Portugal entre este ano e o próximo.
O objetivo deste projeto, como o próprio nome diz, é limpar o Oceano Atlântico. O lixo marinho é responsável por um grande número de mortes de animais aquáticos, provocadas pela ingestão de plásticos e por ficarem presos em redes de pesca.
A culpa da existência deste lixo no oceano é nossa, dos seres humanos. 80% do lixo marinho tem origem em terra e o restante no mar. A maioria do lixo marinho é composto por plásticos descartáveis e o lixo que mais se encontra no mar são garrafas de plástico e tampas.
Este tipo de material demora muito para se decompor, aproximadamente 450 anos.
Pergunto-vos:
Gostariam de viver assim, com lixo marinho quase do mesmo tamanho que a terra e que demora séculos a decompor-se? Ou devemos recolhê-lo e eliminá-lo de forma sustentável?
Existem várias maneiras de ajudar a limpar o oceano:
– como cidadão, separar o lixo, não deitar lixo para a sanita, não deixar lixo no ambiente, sensibilizar os amigos e a família para o problema, participar em iniciativas de limpeza de praia ou fundo marinho;
– como profissional do setor das pescas, não deve deitar lixo borda fora, ter caixote para o lixo nas embarcações, sempre que possível trazer para terra aparelhos de pesca danificados e lixo apanhado nas redes.
Desde 1989, mais ou menos, que existe algum esforço para a recolha destes resíduos, mas é necessário que todos o façam.
Juntos seremos capazes de manter a Mãe Natureza limpa, o que é saudável para todos os seres que habitam no planeta Terra!
O novo projeto CleanAtlantic
Katia Vicente-Greenaway 6ºA
CleanAtlantic é um projeto português que tem como objetivo a limpeza dos oceanos. De acordo com as estatísticas, 80% do lixo marinho provém da terra e 20% do mar, devido à inconsciência ambiental do ser humano.
Atualmente, o CleanAtlantic já se espalhou para cinco países, incluindo Portugal. No nosso país, a primeira intervenção foi em Peniche. Entretanto, já atingiu outras zonas, como Aveiro, Setúbal, Nazaré, Olhão, entre outros. O grande objetivo é alcançar todas as regiões que contribuem para esta poluição.
Sempre que o CleanAtlantic inicia um novo projeto numa região, tem como objetivo:
– Melhorar a gestão de resíduos a bordo das embarcações e nas docas de pesca;
– Sensibilizar e apoiar os pescadores na adoção de boas práticas ambientais;
– Melhorar as condições ambientais da zona costeira Portuguesa e preservação dos ecossistemas marinhos.
Na imagem seguinte, é representado o que se pode fazer para atingir os objetivos deste projeto:
Para este projeto, haverá contentores em cada embarcação e nos portos, tal como os mostrados na imagem:
Também está a ser desenvolvida uma aplicação, com as seguintes funcionalidades:
O Clean Atlantic já recebeu apoio financeiro vindo do Estado português, facilitando o avanço do projeto.
Não há pessoas que “impedem” o projeto de continuar, mas existem alguns que, inicialmente, não colaboraram tanto como o desejado.
O projeto, apesar de ser reconhecido pela União Europeia como um coletivo, ainda não é devidamente conhecido pelos seus cidadãos, com exceção dos portugueses.
Com este projeto, espera-se melhorar o ambiente marinho, e salvar o nosso planeta!
Comentários