Ministro do Ambiente: «Não vai haver um polícia em cada praia»

Matos Fernandes defende que «as regras são claríssimas!»

Ministro Matos Fernandes e Hugo Pereira, presidente da Câmara de Lagos – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

«Não vai haver um polícia em cada praia», garantiu esta quinta-feira o ministro do Ambiente e da Ação Climática, na praia de Porto de Mós, em Lagos, onde teve lugar a abertura oficial da época balnear de 2021.

Nesta praia algarvia, João Pedro Matos Fernandes, com a ajuda de um nadador-salvador, içou a bandeira verde indicando uma ocupação do areal de menos de 50%.

Aliás, de acordo com a lotação das praias definida pela Agência Portuguesa de Ambiente (APA), Porto de Mós terá capacidade para 900 pessoas…mas esta manhã, com sol, mas nortada e água fria, ainda em Junho apesar de ser dia de feriado nacional, não chegaria às duas centenas o número de banhistas.

Respondendo às questões das jornalistas, sobre se haverá capacidade para fiscalizar a lotação das praias, o ministro respondeu que «tem havido capacidade de fiscalização, na certeza de que Portugal não é um estado policial. Não vai haver um polícia em cada praia, nem os portugueses querem um polícia em cada praia. Isso é impossível».

Segundo a lotação definida pela APA, sublinhou Matos Fernandes, «podem estar nas praias, no país todo, ao mesmo tempo, cerca de 860 mil pessoas. No Algarve, são 212 mil pessoas ao mesmo tempo. Há aqui uma grande capacidade».

 

Matos Fernandes, ministro do Ambiente – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

Para o governante, a resposta está no «civismo» e no «bom senso», com a ajuda da aplicação criada pela APA. «Temos de saber usar a informação da app, a Info Praia, como forma de, antes de chegar à praia, fazer opções. e temos que, quando chegarmos à praia, também fazer essas opções e obviamente não entrar em praias que estão muito cheias».

No ano passado, reforçou, a fiscalização nas praias «aconteceu de forma razoavelmente eficiente».

«Há uma regra que diz que, sendo livre o acesso à praia, as praias poderão ser encerradas em caso de incumprimento. E isso aconteceu, no ano passado, duas vezes. E, tendo acontecido, não se voltou a repetir. Porque obviamente ninguém quer contribuir para que a sua praia seja fechada», salientou o ministro.

João Pedro Matos Fernandes, que até costuma frequentar as praias lacobrigenses, preferindo a Meia Praia, defendeu que «Lagos é um bom sítio para ensaiar [as bandeiras relativas à ocupação dos areais], porque aqui temos todo o tipo de praias. É um bom laboratório».

 

Ministro do Ambiente a falar – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

O ministro, que era acompanhado por Inês dos Santos Costa,, secretária de Estado do Ambiente, falou ainda sobre as regras que, defendeu, são «claras».

«Temos de saber usar o Verão, apanhar sol, que é o maior anti depressivo que conheço, mas usando as regras de bom senso, que são iguais às do ano passado, as regras que as pessoas conhecem e que são muito simples».

No entanto, ainda ontem Rui Rio, presidente do PSD e líder da oposição, acusou precisamente o Governo de não definir as regras com clareza.

No seu discurso na cerimónia de abertura oficial da época balnear, na praia de Porto de Mós, o ministro Matos Fernandes respondeu a Rio: «não consigo entender o senhor presidente do PSD que ontem dizia “vamos lá ver se definem umas regras claras”…eu sei que o senhor presidente do PSD não tem grandes hábitos de leitura, mas isto nem sequer está em linguagem romanesca. É a chamada linguagem de decreto-lei , que é uma linguagem clarinha, clarinha, que todos percebem. Até porque este foi um decreto-lei feito por engenheiros e portanto não tem aquelas coisas que os juristas às vezes põem. Tem mesmo as regras definidas de forma clara. Há aqui muito trabalho por trás disto!».

Falando com as jornalistas do Sul Informação e da TSF após a cerimónia, o governante reforçou: «as regras estão mesmo bem definidas: três metros entre cada guarda-sol, três metros entre cada toldo, um metro e meio entre cada barraca, um metro e meio entre a última toalha do meu grupo e a primeira toalha do grupo que estiver ao lado, no acesso à praia, que é espaço público, tem de se usar máscara, na praia não é obrigatório, sempre que se vai a um café ou restaurante, como em qualquer café ou restaurante em qualquer cidade e vila deste país, é preciso usar a máscara. As regras são claríssimas! São iguais às do ano passado, com uma ou outra mudança muito pequena e de bom senso».

 

Hugo Pereira, presidente da Câmara de Lagos – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

Por seu lado, Hugo Pereira, presidente da Câmara de Lagos, garantiu que «o Algarve irá saber receber bem quem nos escolher e irá saber respeitar as regras».

No seu concelho, assegurou o autarca, «está tudo preparado para termos uma excelente época balnear».

«Não será ainda um Verão como gostávamos, ao nível de 2019, mas será o Verão da grande retoma», vaticinou o edil de Lagos.

Um vaticínio que até se pode cumprir, mas que a notícia que se viria a saber algumas horas depois, a da retirada de Portugal (Algarve incluído) da “lista verde” do Reino Unido, tornará mais difícil de concretizar.

 

Fotos: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

 



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