Deputados algarvios do PSD exigem que turistas com Covid-19 não entrem nas contas da região

Este é um «erro que pode revestir consequências graves»

Os deputados do PSD eleitos pelo Algarve querem que o Governo «reveja urgentemente» o critério que estabelece que «os turistas estrangeiros no Algarve que registem teste Covid-19 positivo sejam contabilizados para efeito da aplicação de medidas de combate à pandemia como residentes».

Os parlamentares social-democratas defendem que o executivo liderado por António Costa tem a responsabilidade de «corrigir este erro, que pode revestir consequências graves».

«Esta decisão pode vir a significar que sejam aplicadas medidas mais restritivas à região sem que haja razão para tal, pelo que é uma decisão irrazoável, sem qualquer fundamento e que se pode vir a revelar muito penalizadora para a região que maior destruição económica e social tem vindo a sofrer no decurso da pandemia», avisam Cristóvão Norte, Rui Cristina e Ofélia Ramos.

A não correção desta decisão «pode conduzir a um resultado absurdo», já que a taxa de incidência a 14 dias está indexada ao número de habitantes de uma região.

O problema é que a população do Algarve aumenta substancialmente, durante o Verão, devido à forte procura turística.

Ou seja, poderá dar-se o caso em que o número de casos, contabilizando apenas os cerca de 450 mil residentes oficiais, passe os limites impostos pelo Governo, mas que ande abaixo desse rácio, se tivermos em conta a quantidade real de pessoas que estavam no território, nos 14 dias em causa.

«Se o Governo entende que esses casos devem ser obrigatoriamente averbados à região onde são detetados, então, para preservar o rigor da análise, a população flutuante estrangeira – os turistas – têm necessariamente que contar para efeito de apuramento do número total de residentes».

Os deputados defendem que os visitantes estrangeiros «não podem contar como residentes quanto estão infetados, mas não contar quando não estão – quando no período de verão ascendem a 250 mil por dia – , pois isso distorce o apuramento estatístico da incidência na região, empolando-o».

E até dão dois exemplos, ambos baseados num cenário de 1200 casos detetados em 14 dias, no Algarve.

Caso a contabilização seja feita com os 450 mil habitantes oficiais, isto dá uma incidência de «266 casos por 100 mil habitantes», rácio que dá direito a recuar no desconfinamento, caso dure mais de duas semanas.

No entanto, com os 700 mil habitantes, número que resulta da soma «dos residentes e dos estrangeiros em férias», os mesmos 1200 novos infetados representariam uma taxa de incidência de 171 casos por 100 mil habitantes.

Os deputados social-democratas «obtiveram também informação de que, ao contrário do que o Sr. Primeiro- Ministro afirmou, há casos positivos de não residentes nacionais que estão a ser registados na região, o que produz exatamente o mesmo efeito de empolamento acima descrito».

Cristóvão Norte, Rui Cristina e Ofélia Ramos vão entregar um requerimento a pedir esclarecimentos ao Governo sobre este tema.

 

 



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